Poderá estar para breve o início de uma nova dragagem junto ao cais do ferry-boat, em Caminha, embarcação que faz a travessia para La Guardia, mas que, por falta de condições de navegabilidade, está parada há quase um ano. Depois de uma dragagem que durou quase 10 meses, e que, segundo os pescadores locais, nada resolveu e contribuiu para piorar o assoreamento do rio, os profissionais da pesca acabam de ser informados pela Câmara de que uma nova dragagem poderá arrancar em breve.
A notícia até poderia deixar satisfeitos os pescadores de Caminha que diariamente são obrigados a uma verdadeira gincana para conseguirem sair para a faina, tal é o estado de assoreamento do rio, mas a verdade é que estão apreensivos e dizem temer que esta dragagem seja “mais do mesmo”. Isto porque foi-lhes anunciada a colocação de uma grande draga a tirar a areia que, contudo, não vai ser retirada do rio. É apenas tirada de um local e depositada noutro.
A rádio Caminha ouviu Vitor Santos, Augusto Porto, Paulo Passos, António Porto, Pedro Martins e Arnaldo Passos que apontam soluções que evitem que a dragagem do cais do ferry provoque um assoreamento ainda maior dos canais por onde navegam os pescadores locais.
Os pescadores exigem que lhes sejam dadas condições de trabalho, cada vez mais difíceis numa foz do rio Minho quase totalmente assoreada.
Também O assoreamento da barra está a preocupar os profissionais que fazem pesca no mar e que, diariamente, põem a vida em perigo. No local, há cinco anos morreram três pescadores.
Vitor Santos foi um dos dois sobreviventes e garante que a barra está novamente muito perigosa devido à areia que por lá se acumula e que, segundo os pescadores, é resultado das últimas dragagens no rio.



