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País: CGTP admite greve geral se Governo mantiver “em cima da mesa” novo pacote laboral

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O secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, avisou hoje que, se o Governo mantiver “em cima da mesa” o pacote de alterações à legislação laboral, a resposta pode passar pela convocação de uma greve geral.

“Todas as formas de luta estão em cima da mesa, incluindo a greve geral”, afirmou o responsável da CGTP-IN, em declarações à agência Lusa, em Beja, no final de um plenário com delegados, dirigentes e ativistas sindicais daquele distrito alentejano.

Segundo Tiago Carvalho, a realização de uma greve geral é hipótese “se o Governo insistir em manter aquilo que a própria ministra [do Trabalho] tem assumido, de manter a vontade de dar seguimento a este pacote laboral”.

“Sabemos que há um processo [e] já colocámos isso ao Governo. Tudo depende do Governo, da retirada do pacote laboral de cima da mesa”, argumentou.

Para a CGTP, advertiu, “consoante o ataque, consoante a resposta de quem trabalha”, porque as alterações ao Código do Trabalho preconizadas pelo Governo significam “um profundo retrocesso de quem trabalha”.

Tiago Oliveira participou no plenário promovido pela União de Sindicatos do Distrito de Beja, ao longo da manhã, a que se seguiu uma marcha de sindicalistas até às Portas de Mértola, no centro histórico da cidade.

No dia 04 deste mês, em Lisboa, à margem de uma manifestação de professores, o secretário-geral da CGTP já tinha sugerido ao Governo o recuo “em toda a linha” nas alterações ao Código do Trabalho, admitindo uma greve geral, defendida por sindicatos da Intersindical e da UGT.

Em Beja, Tiago Oliveira insistiu nas críticas ao anteprojeto de reforma da legislação laboral, intitulado “Trabalho XXI”, em discussão em concertação social, e reiterou que é preciso que o Governo “recue em toda a linha” nestas alterações.

Trata-se de um pacote, que inclui “mais de 100 medidas” e que é um ataque aos trabalhadores, argumentou.

“Temos um Governo que continua a perpetuar uma política de desvalorização do trabalho, de desvalorização dos trabalhadores” e “uma política que vai contra os direitos e os interesses dos trabalhadores”, criticou.

É “uma política de ataque à legislação laboral, mas também uma política de ataque aos serviços públicos, ao Serviço Nacional de Saúde, à escola, à própria Segurança Social”, acrescentou.

“Vamos continuar a dar combate ao pacote laboral, vamos continuar a levar para a rua e para os locais de trabalho o descontentamento e luta dos trabalhadores”, afirmou, referindo que, em 08 de novembro, vai decorrer uma marcha nacional, em Lisboa, mas a luta “vai ser em crescendo” e “todas as lutas estão em cima da mesa”.

Questionado também pela Lusa sobre o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), o secretário-geral argumentou que o documento e a forma como foi apresentado são “uma mentira, um logro, um engano”.

Como exemplos, aludiu que, no OE2026, está previsto “um aumento de 1,5% para despesas para a saúde”, quando, ao mesmo tempo, “o próprio documento perspetiva 2,1% de aumento de inflação”.

“Não estamos a falar de investimento, estamos a falar de desinvestimento, mais uma vez”, afiançou, indicando que o mesmo se passa na educação, em que está contemplado “um investimento de mais de 4,5%”, mas o OE2026 “apresenta mais de 14,5% para a compra de armamento para a indústria militar”.

“É esta a diferença entre as opções políticas que são tomadas de valorização dos serviços públicos de resposta às necessidades das populações e interesses que estão instalados para a indústria das armas, para a indústria do capital, em detrimento da vontade da maioria”, acusou.

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