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Norte/Galiza: Elisa Ferreira defende valorização da ferrovia

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A comissária europeia da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, defendeu uma valorização da ferrovia na Eurorregião Galiza – Norte de Portugal, para lhe dar “alguma consistência interna”, aproveitando as potencialidades da região.

“Por estrada a situação mudou completamente, com a nova ponte de atravessamento do rio Minho melhorou completamente, há outras dimensões que precisam de ser exploradas, e eu acho que a via férrea é algo que precisa de ser valorizado”, disse hoje a comissária portuguesa aos jornalistas, na Galiza.

Elisa Ferreira falava após uma visita a um simulacro feito por serviços de emergência do Norte de Portugal e da Galiza, no âmbito do projeto ARIEM+ do programa transfronteiriço europeu Interreg, realizado junto à ponte medieval de Pontevea, entre os concelhos galegos de Teo e A Estrada, perto de Santiago de Compostela.

Dando o seu próprio exemplo da viagem feita esta semana de Bruxelas para a Galiza, em que teve de aterrar no Porto e depois seguir de carro para o encontro anual Interreg (em Santiago de Compostela), bem como de outras que costuma fazer para o Porto, a comissária observou que nos voos “vêm imensos galegos que apanham um carro e vêm para a Galiza” por falta de alternativa.

“Continua a haver apoios para as grandes redes transeuropeias, neste caso há que equacionar também as ligações por comboio, por via férrea”, salientou a comissária, antiga ministra do Ambiente e do Planeamento.

Elisa Ferreira assinalou que “neste momento, para fazer qualquer viagem em Espanha, em França ou em Itália, não se anda praticamente de avião, são as linhas férreas que estão a fazer isso”.

No caso regional de Portugal e da Galiza, Elisa Ferreira entende que “há necessidade de pensar, também, a Eurorregião […] de uma forma integrada e de uma forma a dar-lhe alguma consistência interna”, para que “toda a dinâmica e toda a potencialidade, mesmo industrial, económica, agrícola, marítima, piscatória que aqui existe, possa vingar num contexto europeu que, de facto, se vira cada vez mais para leste”.

“Há que pensar as coisas de alguma forma, estrategicamente”, observou, rejeitando a ideia de que “os fundos estruturais, depois de tantos anos de apoio, façam estradas”.

“Está-se a tentar apoiar cada vez mais a investigação, a transferência de conhecimento para as empresas, a instalação de empresas mais viradas para a frente, mais tecnológicas”, vincou a comissária.

Em 13 de outubro, em Gondomar, o primeiro-ministro, António Costa, garantiu, em Gondomar, que a obra da linha ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Vigo “vai ser feita”, apesar de ser um investimento “que se julgava que nunca se faria”.

“É um investimento gigantesco que está a ocorrer em todo o país que culminará, e também era uma obra que se julgava que nunca se faria, e que vai ser feita, que é a ligação em alta velocidade entre Lisboa e o Porto, entre o Porto e Vigo, e seguramente um dia também entre Porto e Lisboa e o resto da Europa”, disse António Costa no Auditório Municipal de Gondomar (distrito do Porto).

O projeto de alta velocidade Lisboa-Porto, com um custo estimado de cerca de 4,5 mil milhões de euros, prevê uma ligação entre as duas cidades numa hora e 15 minutos, com paragem possível em Leiria, Coimbra, Aveiro e Gaia.

Paralelamente, está também a desenvolver-se a ligação Porto-Vigo, dependente da articulação com Espanha, com nova ligação ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro e troço Braga-Valença (distrito de Viana do Castelo) até 2030.

Lusa

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