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A “melhor” maternidade do país está em risco de fechar portas no Alto Minho

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A Entidade Reguladora da Saúde considerava, há apenas dois anos, a maternidade de Viana do Castelo como a melhor do país. Serviço que agora está em risco de encerrar. Em  Janeiro de 2012, aquela entidade, que avalia os serviços prestados pelos hospitais portugueses que integram o Serviço Nacional de Saúde, classificava o serviço de Obstetrícia do hospital de Viana com a cotação máxima: três estrelas, o que acontecia pela segunda vez consecutiva. O hospital da capital do distrito era, de resto, o único hospital do Norte do país com três estrelas, o que correspondia a um serviço de Obstetrícia de excelência.

Nesse mesmo ano, 1700 nascimentos foram registados na maternidade que serve todo o Alto Minho, com uma população superior a 250 mil habitantes. De lá para cá, muito parece ter mudado, a avaliar pela publicação recente de uma portaria que categorizou as instituições hospitalares e serviços do Serviço Nacional de Saúde em grupos, apontando para um hipotético encerramento na Unidade Local de Saúde do Alto Minho das especialidades de Maternidade/Obstetrícia, Neonatologia, Urologia e Endocrinologia.

Os autarcas e as populações locais mostram-se apreensivos com a possibilidade de encerramento, sobretudo da maternidade. É que as parturientes de Melgaço, por exemplo, vão passar a ter uma viagem com uma duração superior a duas horas para darem à luz nas maternidades públicas mais próximas, localizadas no Porto e em Braga.

Se tal se confirmar, muitos serão os nascimentos que vão ocorrer pelo caminho. É a convicção de António Castro, bombeiro há mais de 20 anos nos voluntários de Caminha, que, mesmo como  com uma maternidade próxima, já teve de assistir a dois partos.

Apesar da experiência e da formação, este bombeiro alerta para a impossibilidade de realizar todos os partos na ambulância. Há situações de risco, que, sem uma maternidade próxima, vão agravar-se.

Nesta quinta-feira, véspera de feriado da revolução de Abril, há mais um autarca que faz ouvir a sua voz contra o eventual encerramento da maternidade distrital. Vitor Pereira, presidente da Câmara de Paredes de Coura, um dos municípios do interior do Alto Minho e com piores acessibilidades, culpa o Governo de apenas querer agradar à troika, sem pensar nas pessoas.

O autarca acredita que esta ameaça de encerramento da maternidade que serve o Alto Minho não é mais do que uma manobra de distracção do Governo.

 

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