Arcos de Valdevez, Viana do Castelo, 12 dez 2025 (Lusa) – O executivo municipal de Arcos de Valdevez (PSD) aprovou hoje, em reunião extraordinária, um orçamento de 51 milhões de euros para 2026, mais seis milhões do que o atual, com o voto contra dos dois vereadores do PS.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara, Olegário Gonçalves, disse tratar-se “do maior orçamento de sempre” deste município do distrito de Viana do Castelo, que este ano contou com 45 milhões de euros.
Olegário Gonçalves garantiu a manutenção “de uma política de incentivos económicos e fiscais favoráveis às famílias, aos jovens e às empresas, através da isenção e redução de impostos e taxas municipais”.
“Entre os incentivos, destaca-se a aplicação da taxa reduzida de IMI, de 0,34%, e do IMI Familiar, a isenção de IMT, a fixação da taxa variável de IRS em 3% e a isenção de derrama à semelhança dos anos anteriores”, revelou.
Em nota hoje enviada à agência Lusa, os vereadores do PS queixam-se de ter tido acesso ao orçamento “a menos de 48 horas da sua votação” e justificam o voto contra por tratar-se de um “documento monolítico, de visão única, sem auscultar os vereadores da oposição, nem sequer para fingir alguma pluralidade ou respeito pelo estatuto da oposição”.
“É um pacote orçamental hipertrofiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e por fundos europeus. Tem, exatamente, as mesmas medidas que víamos no orçamento para 2025 e exatamente a mesma visão curta, apenas preocupada em ver gruas erguidas e betoneiras a circular”, sustentam os socialistas.
Entre outras áreas que motivaram o voto contra, os dois vereadores do PS apontam a contratação, pelo município, de 114 novos trabalhadores, “necessidade sem paralelo nas décadas mais recentes”, realçando que “o mapa de pessoal é para onde vai uma importante fatia do orçamento”.
“Não encontramos sequer paralelo em nenhum município com a mesma dimensão, de uma tal febre de contratação como a que vemos em Arcos de Valdevez em 2026 (…). Sabemos é que as despesas com pessoal aumentam um milhão de euros, de sete para oito milhões de euros, o que é obviamente curto e não chega para responder à massa salarial que um incremento de 114 trabalhadores representa, mais de um terço do número de trabalhadores atuais no município”, referem os socialistas.
Questionado sobre o assunto, Olegário Gonçalves escusou-se a comentar.
O autarca social-democrata salientou que o orçamento hoje aprovado “prevê um investimento de 4,9 milhões de euros na educação e de quatro milhões de euros na saúde e ação social”.
Outras das áreas prioritárias “são a habitação (dois milhões de euros), ordenamento do território (mais de 1,5 milhões de euros), o património e cultura (6,6 milhões de euros) e na rede de infraestruturas básicas e ambiente (cerca de 6,5 milhões de euros)”.
O desporto, vida saudável e lazer, rede de transportes e comunicações, reabilitação da rede viária, reforço da segurança no concelho, indústria e energia são outras das áreas incluídas no orçamento para o próximo ano, tal como o apoio aos setores comercial, empresarial, rural e turístico.
O executivo de Arcos de Valdevez conta com cinco eleitos do PSD e dois do PS.



