O líder parlamentar do PSD na Assembleia da República considerou este fim-de-semana, em Caminha, que o que o PS fez com Vila Praia de Âncora e com a Ancorensis “foi o mesmo que fizeram ao país, que é querer nacionalizar tudo e não permitir que aqueles que fazem bem e com qualidade possam continuar”. Luís Montenegro discursava no tradicional magusto promovido pela concelhia social-democrata local, em que marcou presença juntamente com os deputados na Assembleia da República eleitos por Viana do Castelo, Carlos Abreu Amorim, Emília Cerqueira e Luís Campos Ferreira. Na iniciativa marcou também presença o presidente da Comissão Política Distrital do Partido, Carlos Morais Vieira.
Luís Montenegro referiu no seu discurso que iria de Caminha, tranquilo porque tinha visto, pelo discurso da presidente da concelhia, que existe uma ideia clara, um projeto e uma estratégia para este concelho e que não se limitam às ações imediatas, mas que olham e perspectivam o concelho para um futuro que crie mais emprego, mais igualdade social e mais proatividade cultural estratégica.
No seu discurso, a presidente do PSD Caminha deixou precisamente um dos maiores lamentos para o encerramento da Ancorensis. “Fecharam uma escola, com história em Vila Praia de Âncora, que tinha mais de 400 alunos inscritos e que foi a escola de todos os ancorenses. O presidente da Câmara colocou-se ao lado do governo e do seu partido e ajudou a dar as machadadas finais. Agora temos uma EBS VPA , que apesar de ter um corpo docente muito bom e funcionários que tudo fazem para minimizar os impactos das decisões do governo, encontra-se com parcas condições para tantos alunos”, disse Liliana Silva. “Não estão asseguradas, por exemplo, condições para que alunos em aulas consigam estar concentrados porque no exterior existe constantemente muito barulho fruto de necessário desfasamento de horários para que crianças de 6 anos não tenham de conviver diretamente com alunos de 16, 17 e 18 anos porque aquela escola não foi pensada estruturalmente para isso”, alertou.
Entre várias críticas deixadas à equipa liderada por Miguel Alves, a dirigente social-democrata lembrou também que “o atual executivo diz que está a promover os caminhos de Santiago. Que Caminha pode ser um eixo central nesta matéria, mas esquece-se de referir que nada fez para isso”. “A sorte do nosso concelho é ter instituições que agarraram nos albergues e lhes dão uma qualidade fantástica, ter operadores turísticos que sabem vender este produto e juntas de freguesia que souberem colocar as marcas e tornar-se referência nesta matéria”, considera Liliana Silva.
Temas como o incumprimento da Lei dos compromissos e a sua constante violação, assim como o PDM que recebeu mais de 300 reclamações entraram na agenda do discurso da presidente da concelhia. “Temos um Plano Diretor Municipal em vias de ser aprovado, que recebeu mais de 300 reclamações e que irá prejudicar gravemente centenas e centenas de munícipes. Um PDM que não prevê novas áreas empresariais, não prevê qualquer aposta no turismo, que reduz índices e elimina a possibilidade de construção em áreas vastíssimas”.
Neste sentido, o PSD defende uma postura e uma orientação completamente diferente como foi referido : Caminha tem uma frente atlântica que importa ser repensada e estrategicamente planeada para que áreas como o turismo, desporto e pesca possam ter um salto exponencial no seu desenvolvimento. O concelho de Caminha tem história e monumentos reconhecidos nacional e internacionalmente que importa projetar e serem trabalhado para que nos possam trazer turismo durante 365 dias por ano . Caminha tem áreas dignas e posição privilegiadas face à A28 que importa potenciar como forma de promover a fixação de empresas e consequentemente o aumento de postos de trabalho no nosso concelho.
Liliana Silva não deixou passar a oportunidade para falar do tema que não considera demagogia mas sim Pensar Caminha para o futuro “ A ligação transfronteiriça tem de ser uma realidade para nós. Não podemos continuar a admitir que olhando nós de frente para Espanha, tenhamos de ir a Vila Nova de Cerveira para passar por ponte até à outra margem.
A ligação a Espanha através de uma ponte permitiria que Caminha se tornasse num forte local de passagem, de fixação de empresas e consequentemente traria mais riqueza para os comércios concelhios, restauração e criaria mais postos de trabalho. Seríamos um ponto privilegiado para a criação de empresas junto ao Nó da A28, com um parque empresarial devidamente infraestruturado, de forma a que a aproximação a uma ligação a Espanha e à própria A28 servisse de incentivo à fixação de empresas no nosso concelho.”
A jeito de conclusão ficou a clara promessa aos militantes e simpatizantes do partido presentes na iniciativa que para trabalhar, sem distinções nem prioridades de agendas partidárias, mas somente focados no nosso concelho poderiam contar com o PSD de Caminha.