Cerca de 40 portugueses residentes na área de Madrid, Espanha, quiseram votar hoje presencialmente no consulado, mas não o conseguiram fazer porque estão inscritos nos cadernos eleitorais para o voto por correspondência, explicou à Lusa o embaixador.
Em declarações à agência Lusa, o embaixador de Portugal em Madrid, João Mira Gomes, referiu que os 13.000 cidadãos nacionais a viver na área de Madrid tiveram até ao dia 05 de dezembro de 2021 para pedir o voto presencial para as eleições legislativas no consulado, tendo apenas 14 pessoas feito esse pedido de inscrição.
Os eleitores que não o fizeram não podem votar presencialmente no consulado, uma vez que apenas constam nos cadernos eleitorais para o voto por correspondência, esclareceu.
Por essa razão, os cerca de 40 eleitores que hoje se dirigiram para votar no consulado não o puderam fazer. Dos 14 inscritos para exercer voto presencialmente, cinco já o fizeram, completou o diplomata.
Este sistema [voto por correspondência] é para permitir que as pessoas possam votar forma mais confortável possível e de forma a permitir uma maior participação cívica nas eleições. É o que queremos, é o que se pretende com este sistema”, argumentou.
Questionado sobre a razão pela qual vários eleitores nacionais a residir em Madrid não receberam as cartas para o voto por correspondência, o embaixador português apresentou três cenários possíveis: não receberam as cartas para votar porque se extraviaram; os eleitores mudaram de residência, mas não alteraram a morada fiscal e a carta poderá ter ido para o primeiro endereço; ou as pessoas não terão recebido o aviso de receção de carta para a levantar nos correios.
João Mira Lopes sustentou que o serviço de correio espanhol foi notificado para uma afluência maior neste período por causa do voto para as eleições legislativas em Portugal.
A Lusa contactou a Comissão Nacional de Eleições, que remeteu o assunto para a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI). A Lusa também contactou o MAI, mas ainda não obteve resposta.
Em declarações a vários órgãos de informação, como a TSF e o Observador, portugueses a viver em Espanha disseram ter-se inscrito para votar pelo correio e afirmam que nunca receberam a carta e também não podem votar presencialmente no consulado de Madrid.