O Município de La Guardia vai pedir um adiamento para a apresentação do plano de pagamentos referente à dívida que tem com Caminha referente à exploração do ferry-boat Santa Rita de Cássia, que liga as duas vilas.
Em declarações em exclusivo à Rádio Caminha, o alcaide de La Guardia, José Manuel Freitas, garantiu que os galegos querem pagar, mas precisam de um adiamento de, pelo menos, 40 dias, e explicou a razão deste atraso.
A apresentação de um plano de pagamentos até ao final de Maio foi a contrapartida apresentada pela Câmara de Caminha para retirar do tribunal o processo de cobrança de uma dívida de 2,6 milhões de euros.
O alcaide de La Guardia diz que quer pagar, mas não concorda com o valor apresentado pelos portugueses, garantindo que a dívida é de pouco mais de 1 milhão de euros.
Foi este diferente entendimento dos valores em causa que levou o anterior executivo camarário caminhense liderado pela social democrata Júlia Paula a colocar o caso em tribunal para tentar cobrar a dívida a La Guardia, que até 2006 não pagou a sua parte na exploração do ferry-boat.
Foi também uma forma de evitar que essa dívida prescreva, segundo a legislação portuguesa.
Mas os espanhóis têm um entendimento diferente e José Manuel Freitas diz que parte dessa dívida já prescreveu mesmo e, por isso, La Guardia só responde pelos valores em falta a partir de 2006.
O autarca de La Guardia diz querer começar este ano a pagar a Caminha parte da dívida, mas assume também que não vai ser paga toda em apenas um ano e que o processo vai arrastar-se por algum tempo.
A Rádio Caminha tentou ouvir o presidente da Câmara de Caminha para perceber como é que Miguel Alves vai reagir a este pedido de adiamento para a apresentação do plano de pagamentos, mas Miguel Alves não respondeu aos nossos contactos.
Ouvimos Flamiano Martins, vereador eleito sem pelouro para o executivo camarário caminhense e vice-presidente da anterior equipa que geria a Câmara de Caminha. O autarca lembra que as promessas de pagamento e os sucessivos adiamentos são um modus operandi habitual de La Guardia. Já com o anterior executivo camarário caminhense a equipa de José Manuel Freitas procedia dessa forma.
Flamiano Martins sublinha que o anterior executivo camarário caminhense intentou uma acção em tribunal para cobrar a dívida a La Guardia para evitar que esse valor prescreva. Segundo o autarca, foi uma decisão tomada em conjunto com o alcaide da outra margem.