Em entrevista exclusiva ao Jornal C – O Caminhense, Jorge Nande, líder da bancada da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP), teceu duras críticas à forma como a Assembleia Municipal (AM) foi gerida neste mandato.
Para o deputado, que voltou a frisar que não se candidata a nada nestas eleições – como aliás já o tinha feito em 2023 -, a realidade que encontrou quando entrou na AM de Caminha não é muito diferente da do resto do país.
Para Jorge Nande, “enquanto a cidadania não entender a importância do municipalismo (…), e que a Assembleia Municipal é por excelência o órgão deliberativo que representa todos os cidadãos do concelho e tem o poder de fiscalizar e dar orientações à Câmara, estamos a validar que a AM seja um mero plebiscito dos atos da Câmara Municipal e que as assembleias sejam infelizmente compostas por listas de pessoas que muitas das vezes não estão preparadas para exercer o cargo que têm de exercer.”
Quando Jorge Nande chegou à AM de Caminha há quatro anos, encontrou uma Assembleia Municipal adormecida, que apenas fazia as cinco reuniões anuais, cumprindo o calendário. Segundo o líder da bancada da OCP, naquela altura também haviam uns acordos para que as pessoas não falassem na Assembleia, o que Jorge Nande não podia aceitar. A conduta do presidente da mesa, Manuel Martins, dificultou ainda mais este mandato na AM, “que coarctou informação, manipulou os tempos, entre outras”, disse.
Quem exerce funções públicas faz um juramento solene, de exercer com competência e lealdade. E a lealdade “é para com o organismo que recebe o juramento, não às pessoas que de turno mandam nesse organismo”, disse Jorge Nande. Para o deputado, o interesse público está acima de tudo e “a política hoje não é isto”, rematou.
Jorge Nande, líder da bancada da OCP na Assembleia Municipal, a fazer um balanço negativo dos últimos quatro anos naquele que, no seu entender, deveria ser o expoente máximo do poder local.



