O presidente da Câmara de Arcos de Valdevez disse hoje estar preocupado com a deslocalização de um helicóptero do heliporto local para Portalegre, mas alegou a necessidade de solidariedade para com outras regiões que não dispõem desses meios aéreos.
“Reagimos com alguma pena. Mas sabemos também que há outras áreas do país que estão sem cobertura de meios aéreos [para combate a incêndios] e obviamente que temos de ser solidários uns com os outros”, afirmou Olegário Gonçalves.
O secretário de Estado da Proteção Civil disse, na quarta-feira, que o Governo está a tentar atenuar a ausência de cinco meios aéreos no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 2025.
Para mitigar a situação, o governante anunciou que vai ser deslocado um meio aéreo, que ainda está em manutenção, de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, para Portalegre.
“Temos tido dificuldades que decorrem de situações que nos ultrapassam, designadamente o concurso da Força Aérea que ficou deserto e nos impossibilita de, no curto prazo, ter todos os meios disponíveis que gostaríamos de ter”, disse Rui Rocha aos jornalistas durante visita à Base de Apoio Logístico de Castelo Branco.
Olegário Gonçalves admitiu que “com um meio aéreo” o Alto Minho vai “ter maiores dificuldades no combate aos incêndios, se acontecer o que tem acontecido nos anos transatos”.
“Estou preocupado, mas devido às circunstâncias temos de ser solidários. Também nos foi dada a garantia que se acontecer alguma coisa de anormal no distrito irão tomar medidas para termos mais meios de proteção”, realçou.
O autarca social-democrata de Arcos de Valdevez explicou ter sido contactado, “há vários dias, diretamente pelo secretário de Estado da Proteção Civil”.
“Solicitou que fossemos solidários com os outros concelhos (…) Mal fique concluído o concurso público, o helicóptero regressa a Arcos de Valdevez. Foi uma garantia dada pelo secretário de Estado”, disse.
O DECIR 2025 previa 79 aeronaves, mas, neste momento, a poucos dias da entrada em vigor da fase Delta, considerada a mais crítica (a partir de terça-feira e até 30 de setembro), falta garantir cinco meios aéreos.
A partir de terça-feira, Portugal pode também contar com uma parelha de aviões médios anfíbios Fire Boss, no âmbito do programa rescEU, para atuar sempre que as capacidades de resposta nacionais sejam insuficientes perante situações extremas.
Estes meios envolvem um investimento de cerca de 2,6 milhões de euros, financiados a 75% pela Comissão Europeia, e permitem um reforço das capacidades no combate aéreo a incêndios rurais.
O programa rescEU foi criado no âmbito do mecanismo de Proteção Civil da União Europeia para assegurar uma resposta rápida, eficaz e coordenada a emergências de grande escala.
LUSA