Os sete municípios que integram a Águas do Alto Minho (AdAM) criticaram hoje o desempenho da empresa, dando-lhe “o prazo de uma fatura” para que “vire a página”, face à “enorme desilusão” da sua atuação desde que foi criada.
O autarca de Viana do Castelo, José Maria Costa, começou por dizer “que o desempenho da ADAM”, em áreas de facturação, tem “sido uma desilusão”. O edil elencou alguns “erros grosseiros”, nomeadamente, na “facturação, na desvalorização das leituras dadas pelos munícipes, no atendimento e na falta de recursos humanos”, algo que tem “tirado credibilidade à empresa”.
Foi garantido por esta estrutura que iriam existir “melhorias na facturação, que irão ter um novo sistema, vão ser garantidos mais recursos humanos, mais atendimento e vão ser superados os erros”. Os sete concelhos exigem que a ADAM “vire a página e justifique a aposta feita pelos municípios”.
“A nossa expectativa é que as coisas comecem a melhorar no prazo da próxima faturação. Se não melhorarem, vocês conhecem cada um dos presidentes de Câmara que estão aqui, não vamos ficar parados, nunca, em nenhuma circunstância. Temos feito um debate privado, nos locais próprios, nos órgãos de gestão, mas se as coisas não mudarem então temos de ser nós a mudar”, afirmou hoje o presidente da Câmara de Caminha.
Miguel Alves respondia às perguntas dos jornalistas numa conferência de imprensa iniciada com a leitura, pelo presidente da Câmara de Viana do Castelo, de um comunicado conjunto dos sete municípios que dizem ter “chegado o tempo de dizer basta à enorme desilusão do desempenho da AdAm”.
Sobre uma hipotética dissolução da ADAM, Miguel Alves, afirmou que “seria uma boa notícia para quem defende a privatização” deste serviço e reafirmou que confiam “nas garantias que foram dadas”, no entanto se as coisas “não melhorarem”, os autarcas garantem “que não vão ficar parados e terão de existir mudanças”.
A AdAM, que gere as redes de abastecimento de água em baixa e de saneamento, começou a operar em janeiro de 2020, “dimensionada para fornecer mais de nove milhões de metros cúbicos de água potável, por ano, e para recolher e tratar mais de seis milhões de metros cúbicos de água residual, por ano, a cerca de 70 mil clientes”.
A empresa é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.
Confira aqui o audio da conferencia de imprensa realizada esta manhã em Viana do Castelo e na qual participaram os autarcas que integram a AdAM.
