Caminha está desde Abril sem ligação a Espanha. O ferry-boat não navega há mais de quatro meses, primeiro para renovação do certificado de navegabilidade, depois para limpeza da entrada do cais de atracagem português.
Em Julho, a Câmara de Caminha adjudicou a empreitada a uma empresa espanhola. A intervenção deveria ter ficado concluída nesse mesmo mês, mas o prazo foi adiado para Agosto. Os dias foram passando, a empreitada está ainda muito longe de estar terminada e não é apontada qualquer data para a conclusão da obra.
O problema foi abordado pelo PSD na última reunião de Câmara, realizada ontem à tarde nos Paços do Concelho. Flamiano Martins lamentou a situação, quis saber se as despesas da intervenção são partilhadas com La Guardia e lamentou igualmente aquilo que disse ser a “falta de comunicação entre o executivo e os empresários de Caminha”.
Na última Terça-feira, em declarações à Rádio Caminha, o porta-voz do Movimento de Empresários, Fernando Azevedo, queixou-se da quebra brutal nos negócios resultante da inactividade do ferry e da falta de diálogo da Câmara Municipal com os empresários. Nessas declarações, o empresário afirmava que o movimento de espanhóis decresceu cerca de 80 por cento só no seu negócio.
Confrontado com as declarações, o presidente da Câmara, Miguel Alves, negou que assim seja e defendeu que tem apostado no diálogo.
O autarca explicou que que a obra de limpeza da entrada do cais de Caminha foi entregue à empresa que apresentou o preço mais competitivo, mas o ritmo lento da execução está a protelar a entrega da empreitada e deixar Caminha sem ligação à Galiza.
Miguel Alves admitiu que estão a ser estudadas três hipóteses para resolver o problema: denunciar o contrato com a empresa espanhola; outra hipótese é permitir que continue a fazer o trabalho ao ritmo habitual sem data para a conclusão; está ainda a ser estudada a realização de uma intervenção no local, co-financiada pela Agência Portuguesa do Ambiente. A única forma possível, segundo o autarca, de avançar com uma limpeza de maior envergadura e mais rapidamente.
O autarca revelou também que La Guardia não divide as despesas provocadas por esta limpeza da entrada do cais de Caminha, algo que a vereadora do PSD Liliana Silva lamentou. A autarca defendeu que se os espanhóis já tivessem pago o que devem, Caminha teria dinheiro para avançar com uma intervenção de outra envergadura.