Quebras no negócio que atingem os 80%. São os impactos da inactividade do ferry boat que liga Caminha a Espanha no tecido empresarial local. Os dados são avançados pelo Movimento de Empresários de Caminha, que se diz chocado com a forma como a Câmara tem gerido o processo. Reacção obtida no dia em que se soube que tão cedo não vai haver navegação à vista!.
Não há data para o ferry-boat retomar as ligações entre Caminha e a Galiza. A embarcação está parada há cerca de quatro meses. Primeiro para renovação do certificado de navegabilidade, depois para limpeza da entrada do cais de atracagem português.
Em Julho, a Câmara de Caminha adjudicou a empreitada a uma empresa espanhola. A intervenção deveria ter ficado concluída nesse mesmo mês, mas o prazo foi adiado para Agosto. Os dias foram passando e a empreitada está ainda muito longe de estar terminada, com um monte de areia à entrada do cais, visível a olho nu.
Agora, o presidente da Câmara de Caminha, o socialista Miguel Alves, vem, através da agência Lusa, anunciar que “o ferry vai continuar parado por atrasos na conclusão da limpeza do canal de atracagem”. Miguel Alves explica que a obra foi entregue à empresa que apresentou o preço mais competitivo, mas o ritmo lento da execução está a deixar o autarca português pouco satisfeito.
Miguel Alves admite que estão a ser estudadas três hipóteses para resolver o problema: denunciar o contrato com a empresa espanhola; outra hipótese é permitir que continue a fazer o trabalho ao ritmo habitual sem data para a conclusão; está ainda a ser estudada a realização de uma intervenção no local, cofinanciada pela Agência Portuguesa do Ambiente.
A Rádio Caminha tentou ouvir o presidente da Câmara, mas Miguel Alves não respondeu aos nossos contactos. Ouvimos o autarca do outro lado do rio Minho, de La Guardia. José Manuel Freitas confessou não ter notícias do ferry há já dois dias, quando o presidente da Câmara de Caminha lhe telefonou para transmitir que a obra está atrasada. O autarca galego promete comentar o problema, mas só depois de confrontar o homónimo português com a situação.
Os empresários de Caminha, pela voz de Fernando Azevedo, porta-voz do movimento empresarial, queixam de quebras brutais no negócio provocadas pela paragem do ferry.