Durante os 12 anos em que foi o presidente da Junta de Sá, uma autarquia do município de Monção, Filipe Quintas nunca ouviu falar do projecto da linha de Alta Tensão que vai atravessar grande parte do território do distrito de Viana do Castelo, com especial incidência naquele concelho em particular, e que estará em preparação desde 2011.
Esta linha eléctrica de 400 kilowatts vai ligar Fontefria, na Galiza, até à Póvoa de Varzim, no âmbito da Rede Nacional de Transporte operada pela Rede Eléctrica Nacional. No troço português, que se encontra em consulta pública ambiental até ao dia 13 de Fevereiro, prevê a construção através de 8 dos 10 municípios do Alto Minho: Viana do Castelo; Ponte de Lima; Vila Nova de Cerveira; Paredes de Coura; Arcos de Valdevez; Valença; Monção e Melgaço.
Filipe Quintas, que habita em Monção, um dos municípios mais afectados, fez questão de se deslocar à Agência Portuguesa do Ambiente para consultar o processo na sua totalidade, que é constituído por seis dossiers. O ex-autarca diz ter ficado chocado com o que viu e leu. É que além dos impactos previsíveis na fauna e flora local, não foi estudado o impacto que uma estrutura destas terá na saúde pública.
Preocupado, o antigo autarca decidiu pedir a intervenção do ministro da Saúde no projecto. É que há estudos que apontam para impactos extremamente negativos na saúde da população devido à proximidade destas linhas deste tipo de linhas de alta tensão.
A carta enviada por Filipe Quintas ao Ministro da Saúde pedindo-lhe a intervenção neste processo, foi reencaminhada também para outras entidades, alertando assim o Ministro do Ambiente; o Director Geral da Saúde; o presidente do conselho directivo da ARS Norte e também a associação ambientalista Quercus.
