Emmy Curl vai estar no Minho para dois espectáculos agendados para 24 de Maio no Teatro Valadares em Caminha e no sábado seguinte, 31 de Maio, para o Teatro Diogo Bernardes em Ponte de Lima. O Jornal Caminhense esteve à conversa com a Emmy Curl para nos falar um pouco do seu projecto musical.
Jornal Caminhense (JC) – O interesse pela música começou muito cedo, foram influências familiares que ditaram a opção pela música?
Emmy Curl (EC) – As influências familiares serão sempre influências, mas nunca ninguém me ditou este destino a não ser eu própria. Logo muito cedo decidi que iria ser cantora e só mais tarde é que comecei a aprender guitarra e posteriormente guitarra clássica no Conservatório de Vila Real. Em 2005 comecei a gravar as minhas próprias músicas no estúdio caseiro que tinha na cave, passei horas e noites em cada tema que criara no próprio dia. Fui pondo as músicas no Myspace, que na altura tinha bastante projecção social, o que me fez dar um grande salto pois recebi vários convites para fazer espectáculos um pouco por todo país em pequenos espaços. Ia sempre sozinha com a minha guitarra de autocarro e comboio. Mais tarde reuni 10 temas que me completaram meu primeiro EP chamado “Ether” onde o disponibilizei de gratuitamente na internet.
JC – Como surgiram os primeiros concertos?
EC – Os primeiros concertos surgiram em 2005, contactavam-me pelo Myspace e ía sozinha a onde fosse. O inicio da minha carreira não foi influenciada por ninguém. Foi um trabalho constante que tenho vindo a ter e que a pouco e pouco se torna reconhecido. Claro que as participações e as colaborações são importantes para cada músico, não só para o convidado mas também para o criador. Há sempre a aprendizagem que vem antes do reconhecimento e essa é a etapa mais importante e a que mais se deve ter em conta.
JC – Só mais tarde é que surgiu o convite para o concerto do Eels, foi a primeira experiencia para tocar para um universo tão grande, como descreves esse concerto?
EC – O concerto dos Eels surgiu logo após o lançamento do meu segundo EP “Birds Among The Lines” e foi uma enorme surpresa porque nunca até lá tinha tocado para tanta gente e numa sala tão grande. Tinha 18 anos por isso entrei determinada mas muito nervosa por dentro. Foi uma experiência incrível e uma adrenalina sufocante, mas que no fim soube a vida.
JC – Desde esse concerto os convites têm sido muito diversificados. É mais gratificante estar em nome próprio num espaço mais intimista ou num evento tipo festival?
EC – O meu tipo de concerto encaixa melhor em auditórios onde o silêncio pode instalar-se perfeitamente. Mas este novo álbum tem potencial para ser levado para os festivais por ter músicas mais fortes e ritmadas.
JC – Para quem vai conhecendo o percurso, os teus Ep’s são sempre novas experiências. Neste momento estás a ultimar canções para um novo disco, o que podemos esperar de novo?
EC – Vou voltar às composições na guitarra, vai haver mais matéria acústica, mas toda a secção rítmica será mais obscura e influenciada pela electrónica. Será um misto de doce e amargo. O lançamento está previsto para o final do Verão!
JC – Os concertos programados para o Teatro Valadares em Caminha, no dia 24 de Maio e no fim-de-semana seguinte no Diogo Bernardes em Ponte de Lima, vão contar com surpresas?
EC – Sim, apresentarei alguns temas novos. Talvez as surpresas surjam mais nas minhas improvisações entre as músicas, gosto muito de contar as histórias por trás das canções. E como não decoro textos, porque acho que o público merece a autenticidade do músico, cada intervalo pode ser uma surpresa.