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Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres assinalado em Viana do Castelo

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Cerca de 40 pessoas entre adultos e crianças concentraram-se no centro histórico de Viana do Castelo, na Praça da República, para assinalar o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.

Em declarações aos jornalistas, Adriana Temporão – do Coletivo4900, que em conjunto com o Projeto Petúnia, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), organizaram a iniciativa – realçou que “25 mulheres morreram este ano”, e que foram registadas mais de 25 mil queixas, o número mais alto desde há sete anos”.

“É um grande problema de criminalidade no país que não merece as respostas que tem tido a perceção de criminalidade. A cada dia que passa, há mulheres a sofrerem desta violência, seja física, seja psicológica, seja violência doméstica, seja sexual, e as respostas não são as mesmas”, disse.

Adriana Temporão citou “um estudo europeu que avaliou a atuação de Portugal” para referir que o país fez um progresso importante nesta área, mas considerou que “ainda há muito a fazer, nomeadamente, por exemplo, na formação de magistrados e magistradas, que ainda continuam a preferir a unidade familiar, muitas vezes, à salvaguarda da segurança da vítima”. 

Questionada pela Lusa sobre a fraca adesão à concentração, Adriana Temporão referiu que “qualquer adesão, num distrito como Viana de Castelo, é boa”.

“Temos feito um caminho, já estamos a organizar manifestações e concentrações desde 2022, portanto isto é um caminho que se vai fazendo aos pouquinhos. Vejo aqui caras que não via em outras manifestações, portanto, significa que estamos a chegar a mais pessoas e a pessoas novas, o que é sempre importante”, afirmou a ativista.

A indiferença à iniciativa, que muitos transeuntes manifestaram quando passaram pela Praça da República, sem parar sequer para saber do que se tratava, Adriana Temporão justificou com o “medo”.

“Muitas vezes sabemos que um dos problemas das vítimas de violência doméstica é assumirem que são vítimas, porque estão ou financeiramente dependentes dos agressores ou por outras razões, e muitas das vezes num país como o nosso, em que a violência de género e as desigualdades de género ainda são reais, muitas das vezes nem sequer há a perceção de que somos vítimas. Acho que não haverá muitas mulheres em Portugal que não tenham sido vítimas de algum tipo de agressão machista”, disse.

O Coletivo4900, ativo no distrito de Viana do Castelo desde 2022, “centra o seu trabalho na luta pela igualdade de género, através de uma perspetiva de feminismo interseccional”. 

O grupo de mulheres “atua no combate à desigualdade, discriminação e violência contra as mulheres, contribuindo para a transformação social e para a eliminação das condições que perpetuam essas violências”.

O projeto Petúnia, do IPVC, tem como objetivo “a promoção da inclusão de pessoas LGBTQIA+”, sigla que representa as diferentes categorias de auto identificação sexual e de género. 

Além da concentração, a ação incluiu uma “homenagem à memória de todas as mulheres vítimas de violência, bem como às mulheres que, ao longo da história e até ao presente, fizeram parte da luta feminista, abrindo caminhos, conquistando direitos e impulsionando transformações fundamentais para a igualdade de género”.

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