Estivemos à conversa com Marco Lima, profícuo músico Caminhense, estreia-se a solo na próxima quinta-feira, 29 de Maio, com o projecto Dawn:Bird. Uma iniciativa integrada no Forum Internacional de Gestão Artística Cultural que terá inicio no Teatro Valadares em Caminha.
Jornal Caminhense – O porquê de Dawn:bird?
Marco Lima – Dawn:bird é um dos meus projetos sozinho, aliás, é um outro lado de um outro projeto (heart:brokers), desprovido de electricidade, nu e cru.
Originalmente chamava-se Luna Moth mas o nome já estava registado por um DJ qualquer de trance, e isto é tudo menos isso…
Jornal Caminhense – Este projecto é o primeiro a solo, era uma vontade de experimentar um registo diferente?
Marco Lima – Dawn:bird surge exactamente por isso, por experimentar algo mais simples e natural do que habitualmente faço. O meu background é desenhado com blues e rock’n’roll, mas isto sempre foi algo que quis fazer, desde muito novo.
Sempre que ouvia discos acústicos, ou com componentes acústicas fortes (Neil Young, CSN, America…) dava-me vontade de fazer algo assim. Um dia comprei uma guitarra folk e comecei. O problema é que eu não podia ir simplesmente a uma loja e comprar uma guitarra qualquer para começar, tenho o vício do equipamento vintage, e teria que ser “aquele” instrumento, com aquele tipo de som.
Jornal Caminhense – Estar sozinho em palco implica outros desafios?
Marco Lima – Sozinho em palco é algo que de certo modo me assusta, independentemente do vasto número de vezes que pisei palco com as outras bandas que tive e tenho (The Velvet Perception, SPINCITY, BÚFALO), faze-lo sozinho, sem o suporte de banda é um mundo diferente. Sou apenas eu e a minha guitarra. Uma experiencia que espero gostar.
Jornal Caminhense – Como foi o processo de criação dos temas?
Marco Lima – O meu processo de composição é o mesmo desde que me lembro, vou na rua e lembro-me de uma melodia, ou de uma frase. Não sou um contador de histórias, mas sim um contador das minhas histórias, apenas escrevo o que se passa comigo, o que sinto e o que vejo. Mas apesar de tudo, são canções de amor e desamor, são recordações, são sonhos e emoções… são cartas às quais nunca tive resposta.
Alguns dos temas foram escritos há alguns anos, foram ficando na gaveta porque não tinha com que os tocar, outros foram refeitos…Como disse anteriormente, Dawn:Bird é o outro lado de Heart:Brokers, e como tal alguns temas são os mesmos, com roupagens completamente diferentes.
Jornal Caminhense – O que podemos contar no Teatro Valadares?
Marco Lima – No Valadares podemos contar com uma bela hora de almoço.
O pessoal do FIGAC lançou-me o desafio e eu aceitei. Vai ser bonito, ou pelo menos assim espero, para mim vai ser uma novidade completa, não só porque raramente toquei na minha terra, e muito menos ao meio dia, mas sim porque é um privilégio poder pisar o palco do nosso teatro, e para isso só me resta agradecer à bela gente do figac, pela honra de me terem escolhido para cá tocar.