Celestino Ribeiro, representante da CDU no concelho de Caminha, olha para os três anos de gestão do executivo de Miguel Alves e salienta, desde logo, “uma mudança evidente” em relação aos doze anos de governação do Partido Social Democrata, considerando haver “ mais respeito pela oposição, pela diferença e mais discussão de ideias”, algo que considera positivo.
Ainda assim, o comunista sublinha que “o balanço nem é positivo nem negativo”, reconhecendo contudo que o actual elenco governativo cumpriu algumas das promessas eleitorais , medidas que “ideologicamente nem vão de encontro com aquilo que são das defesas da CDU”. Celestino Ribeiro dá, como exemplo, o Orçamento Participativo
Por resolver, diz o deputado municipal, está a situação das contas públicas do concelho de Caminha, algo que o preocupa e muito. O representante em Caminha da coligação que une comunistas aos verdes recorda que o saneamento das contas públicas foi apresentado pelo PS como um dos eixos centrais do programa eleitoral, manifestando ter dúvidas que, até final do mandato, o executivo camarário consiga apresentar alguma estabilidade”.
Celestino Ribeiro fala de uma situação frágil das contas públicas, realçando que ainda hoje ninguém sabe qual é a real situação do problema. “Os documentos que vão chegando à assembleia municipal vão mostrando uma realidade, mas também sabemos que , pelas acusações mútuas, entre PS e PSD, que de facto pode haver uma maquilhagem das contas. Não quero com isto que haja alguma ilegalidade. Há, isso sim, formas diferentes de interpretar as contas”.
Na opinião do deputado municipal , a situação financeira do município “não é confortável”. Prova disso é a “falta de capacidade da autarquia para executar obras fora das oportunidades que vão surgindo, como os contratos programa ou o recurso a financiamento europeu”.
Acrescenta que a “margem de manobra” do executivo socialista não tem sido muita, uma vez que está a pagar compromissos “ruinosos” para o município assumidos pelo anterior elenco governativo. “Temos o caso do acordo das piscinas que a CDU teve a coragem de negar em Assembleia Municipal. Está a confirma-se que o negócio está a ser ruinoso para o concelho. É uma despesa de perto de 1 milhão de euros por ano.” O que sobra para socorrer as necessidades do município?”
Quando à marginal de Caminha, o comunista diz que há pelo menos dois mandatos que se está a tentar resolver o problema e até agora nada ou quase nada foi feito. “Lona há, mas as obras não se fazem com lona, falta o cimento”
Sobre a situação da Ancorensis, Celestino Ribeiro considera que o processo foi encarado de ânimo leve, tendo sido transformado num caso politico. “Eu quero acreditar que esse aproveitamento político não foi pensado, porque se assim for, significa que há forças políticas capazes de tudo para conseguir alguns votos”
Ainda sobre o caso da Ancorensis, o porta voz da CDU no concelho não poupa criticas ao PSD que, no seu ponto de vista, foi a única força política que se vangloriou por convocar uma Assembleia Municipal Extraordinária, não tendo apresentado uma única medida ou caminho para resolver o problema com que o concelho se deparava. “Preferiu entrar num registo de falta de elevação no discurso e de tentar manipular as regras daquele órgão municipal”.
Em relação às próximas eleições autárquicas, Celestino Ribeiro ainda não confirma se vai ou não ser o candidato da CDU à Câmara de Caminha. No entanto, salienta que o PS e o PSD já não têm nada de novo para oferecer ao concelho. “ O PS e o PSD conduziram o concelho a um vazio”
Celestino Ribeiro em entrevista à Rádio Jornal caminhense
