A Câmara de Viana do Castelo, que preside ao Eixo Atlântico – a associação transfronteiriça que reúne municípios portugueses e galegos, colocou a bandeira do Município a meia haste no edifício sede da autarquia, em sinal de luto e de pesar pelos mortos do acidente ferroviário que ocorreu ontem em Santiago de Compostela.
A autarquia liderada por José Maria Costa transmitiu os sentimentos de pesar e solidariedade às famílias enlutadas e ao povo galego em mensagens dirigidas ao Presidente do Governo de Espanha, ao Presidente da Junta da Galiza, à Ministra do Fomente do Governo de Espanha, ao Embaixador de Espanha em Portugal e ao Alcaide de Santiago de Compostela.
As últimas informações apontam para 80 mortos e 160 feridos, alguns deles com bastante gravidade. A bordo iam 247 passageiros.
O acidente ocorreu por volta das19h45, hora portuguesa, quando o comboio que fazia a ligação de Madrid a Ferrol descarrilou numa curva em Angrois, freguesia que fica a quatro quilómetros da estação de Santiago.
Os primeiros a chegar ao local foram os habitantes, que ficaram chocados com o que viram. Fica o registo audio feito por um dos vizinhos da linha ferra que não consegue conter as exclamações de horror (ouvir no final da página).
O comboio circulava com um atraso de cinco minutos e há testemunhas que apontam excesso de velocidade para um local onde deveria circular apenas a 80 quilómetros por hora. A imprensa espanhola escreve que a locomotiva circulava a 190 quilómetros/hora. Não estão ainda oficialmente confirmadas, as razões do acidente.
O maquinista foi constituído arguido pelo juiz de instrução de Santiago de Compostela encarregado do caso.Segundo o jornal espanhol El País, depois do acidente, o maquinista manteve comunicações por rádio em que admitiu que ia a uma velocidade muito superior à permitida na curva onde ocorreu o acidente.Na recta anterior à curva em causa, os comboios podem atingir os 250 quilómetros/hora.
A chave para esclarecer as causas do acidente estará na ‘caixa negra’, que já foi entregue ao juiz.
Entretanto, a Junta da Galiza decretou sete dias de luto oficial. Os corpos das vítimas já foram identificados, mas, para já, não há notícias de portugueses entre os mortos.