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Caminha: Ruína da Casa Sidónio Pais é mictório oficial da Feira Medieval

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A casa Sidónio Pais, situada em pleno centro histórico, com frentes para a Rua Direita e o Largo da Matriz, é transformada pela autarquia caminhense num improvisado e degradante WC público instalado para a Feira Medieval de Caminha, ligado por um tubo à rede de saneamento público cuja tampa permanece aberta.

O estado de degradação daquele imóvel, pertença do município, tem sido alvo de críticas em Assembleias Municipais e Reuniões de Câmara sem qualquer resultado. Para além do valor patrimonial, a autarquia tem sido incapaz de dar àquele espaço um destino que dignifique o valor histórico daquela casa, justificando o investimento municipal na sua aquisição.

A deterioração do imóvel, praticamente todo destruído, testemunha o desinteresse da autarquia pela dignificação de tão importante zona do Centro Histórico de Caminha.

Tubo 2

Recorde-se que já em 2017, num artigo de opinião publicado no Jornal de Notícias (agora inacessível), Nuno Melo, atual Ministro da Defesa, dava conta desta situação, lamentando que “de casa-mãe do Presidente-rei, a casa Sidónio Pais tivesse passado a mictório público“.

Tubo 1

Sidónio Pais, que viria a tornar-se no primeiro Presidente da República de Portugal eleito por sufrágio directo, nasceu em Caminha, a 01 de Maio de 1872. Enquanto Presidente da República, de forma ditatorial, sem consultar o Congresso, suspendeu e alterou por decreto algumas normas da Constituição de 1911, protagonizando a primeira grande mudança no republicanismo português — a República Nova, de cunho presidencialista — transformando-se numa das figuras mais controversas da política portuguesa do século XX. O seu assassinato, no final de 1918, gerou grande comoção popular, culminando no poema-elogio fúnebre de Fernando Pessoa que lhe deu o epíteto de Presidente-Rei.

A casa Sidónio Pais, “totalmente em ruínas”, foi comprada, por 175 mil euros, pela Câmara de Caminha, em 2002, durante o primeiro mandato do executivo liderado por Júlia Paula Costa. Foi apresentado então um projeto para um futuro museu mas até hoje nada foi feito e a casa serve apenas para este propósito, a instalação de casas de banho na Feira Medieval de Caminha.

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