O jovem guitarrista caminhense, Nuno Costa, acaba de alcançar mais uma importante etapa do seu percurso enquanto estudante de guitarra clássica ao ser selecionado entre 20 candidatos para ingressar no Real Conservatório de Música de Madrid, um sonho que se tornou realidade.
Numa entrevista que deu ao Jornal C em fevereiro deste ano, Nuno Costa partilhou o grande sonho de seguir uma carreira musical e de estudar para Madrid. Valeu a pena o esforço já que o jovem músico foi um dos candidatos selecionados.
Nessa entrevista, o guitarrista caminhense contou que começou a revelar interesse pela música com apenas 4 anos. Motivado pelo avô que tocava concertina, o primeiro instrumento a que Nuno se dedicou foi o cavaquinho que chegou a tocar num grupo popular de Caminha.
Entusiasmado com a música e por demonstrar jeito e ouvido, quando completou 6 anos pediu aos pais que o inscrevessem na Academia de Música Fernandes Fão onde aprendeu a tocar guitarra.
Até ao 12º ano dividiu os estudos entre as disciplinas curriculares normais e a música, esta última a sua grande paixão.
Tal como partilhou o jovem músico preparou-se para uma vaga no Real Conservatório de Música de Madrid, conseguiu entrar e é aí que vai prosseguir os seus estudos superiores em guitarra.
Quando terminar a formação superior, Nuno Costa acredita que numa primeira fase terá de dar aulas mas o seu sonho é construir uma carreira a solo que lhe permita ser concertista.
“A ideia é no futuro poder fazer aquilo que fiz aqui em Caminha com o recital de guitarra clássica que dei na Igreja Matriz. Foi uma experiência muito boa e o feedback que tive das pessoas foi muito bom. Foi a primeira vez que me apresentei na terra onde nasci e não podia ter corrido melhor”.
Sem um gosto musical definido, Nuno diz que gosta de ouvir um pouco de tudo. Não elege nenhum compositor ou músico preferido e diz que o que ouve ou toca depende quase sempre do seu estado de espírito. “Depende para onde estou virado”, explica.
O futuro não se avizinha fácil mas Nuno Costa não se intimida. “Aquilo que eu gostava de fazer no futuro era uma carreira a solo. Sei que não vai ser fácil mas vou lutar por isso. É complicado mas é possível”, acredita.
A opção por uma formação fora de Portugal tem uma explicação que o jovem músico fez questão de partilhar. “Em Portugal é muito difícil, principalmente quando optamos pela guitarra. Se fosse um outro qualquer instrumento ainda podíamos aspirar em integrar uma orquestra mas no meu caso nunca daria porque guitarra e piano são dois dos instrumentos que não entram numa orquestra, a par do saxofone. Assim sendo penso que será um bocado difícil ficar por aqui. Só para lhe dar um exemplo: No recital que dei na Matriz estiveram a assistir cerca de 90 pessoas, se fosse em Espanha tinha à vontade mil pessoas. Eu sei disso porque tenho colegas a estudar lá. Em Espanha há mais promoção de espetáculos e as pessoas têm outros hábitos que aqui não têm”, sublinha.
Viver fora do país é algo com que o jovem lida bem. “Não tenho qualquer problema com isso”, garante.
A partir de agora o Nuno tem 4 anos de curso pela frente e mais um ano de Mestrado que gostava de fazer na Suíça, mas essa é outra etapa.
Se não fosse músico, algo que decidiu aos 15 anos, o Nuno gostava de ser mecânico ou engenheiro civil.
E porque a música não é a sua única apetência nas horas livres, para além de tocar guitarra elétrica num grupo musical, o Nuno também gosta de ajudar o pai na pintura de casas e outros trabalhos ligados à área da construção civil.
Pronto para enfrentar ventos e marés, o guitarrisa caminhense vai rumar a Madrid para cumprir o sonho de estudar na capital espanhola. Feliz por mais esta conquista, numa publicação na rede social Instagram, o Nuno faz um agradecimento muito especial aos pais, professores e à família “por todo o apoio”.
