A Coligação O Concelho em Primeiro anunciou hoje que participou em mais uma auscultação pública sobre o tema dos parques eólicos em offshore
Em nota de imprensa enviada às redações, aquela Coligação considera que “todo o processo iniciado pelo Governo foi assente em procedimentos e pressupostos errados e fora das normas indicadas pela União Europeia”.
Recordam nesta participação que já a União europeia, no seu projeto de resolução referia a necessidade de evitar o potencial impacto negativo a longo prazo causado pelas turbinas eólicas marítimas em determinados ecossistemas, nas unidades populacionais de peixes e na biodiversidade e, consequentemente, nas pescas no seu conjunto; salienta a necessidade de uma abordagem ao seu desenvolvimento baseada no ciclo de vida, desde a construção até à exploração e desmantelamento, sendo importante realizar estudos rigorosos e pormenorizados para avaliar os impactos das turbinas eólicas marítimas existentes.
“E nenhuma destas questões foi acautelada”, acusam.
A Resolução da União Europeia alerta para o facto de as energias renováveis marítimas apenas serem sustentáveis se não tiverem um impacto negativo no ambiente ou na coesão económica, social e territorial, especialmente nas regiões dependentes das pescas e existe falta de investigação sobre o desmantelamento das turbinas eólicas marítimas, bem como sobre os efeitos do mesmo para o ambiente;
Salienta a mesma resolução que “quando possível, os parques eólicos marítimos devem ser implantados em zonas nas quais não seja permitida a pesca, a fim de minimizar os impactos negativos para o setor das pescas.
“Então, como é possível insistirem em fazer nesta zona não respeitando as orientações emanadas pela União Europeia?”, questionam os eleitos da Coligação O Concelho em Primeiro.
Do lado espanhol, alerta a OCP, “estão a prever encostar o parque eólico à linha portuguesa, pondo em causa a entrada de peixes no nosso Rio Minho, que já tem sofrido uma quebra de pescado acentuada e empiricamente comprovado por vários agentes locais relacionados com esta atividade económica”.
Para além disso, recordam que “os pescadores do concelho de Caminha só começaram a ser ouvidos depois da Coligação ter alertado para o problema e ter lutado para que fossem tidos em consideração no que diz respeito a este dossiê.
Sendo um concelho que vive muito do potencial do nosso mar, no que diz respeito a pesca, atividades económicas de apoio às pescas, restauração, turismo, não podemos aceitar a instalação de um mega parque eólico em Offshore na forma que o querem impor e sem qualquer estudo económico e ambiental”, conclui a Coligação OCP.