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Quarta-feira, 26 Junho, 2024
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Caminha: BE de Caminha “não foi de férias” e continua muito atento à possibilidade de instalação do Parque Eólico Offshore

O Bloco de Esquerda no concelho de Caminha veio hoje a público garantir que “não foi de férias” e que continua a acompanhar, em permanência, “o ataque perpetrado aos pescadores do concelho de Caminha”, com o barramento das suas áreas de pesca tradicionais devido à instalação de aerogeradores ao longo da costa.

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Em  nota de imprensa enviada às redações, aquela foça política considera que “o denominado Parque Eólico Offshore, não será um parque tipo jardim, mas um parque tipo industrial, implantado no espaço da pesca local”

Segundo explicam, “estas construções impedem que os pescadores continuem a pescar, não só no local concreto da sua implantação, mas também na proximidade das torres. Por outro lado, o efeito que estas instalações terão na fauna piscícola resultará na perda dos espécimes que constituem a base da pesca desta comunidade de piscatória concentrada em Caminha e em Vila Praia de Âncora”.

“O Governo central e o executivo local acreditam que o problema se resolverá se os pescadores forem indemnizados monetariamente, por perderem capacidade de pesca, mantendo os projetos comerciais a ser entregues a empresas privadas que vençam os leilões das áreas onde será implementado o dito Parque Eólico Offshore”, acrescenta o BE de Caminha.

Os munícipes do concelho de Caminha e, destes, especialmente os pescadores do concelho, “veem com bastante apreensão as intenções comerciais da implementação dos aerogeradores”, alertam.

“Ninguém, absolutamente ninguém”, sublinham, “tem nada a opor à criação e multiplicação de fontes de energias renováveis, desde que, como tudo, sejam implementadas de forma razoável, sem causar prejuízo às atividades pré-existentes. Tanto mais que a pesca é, no concelho de Caminha, a indústria que mais emprego gera, direta e indiretamente, a pesca é o maior “empregador” do concelho, pelo que nenhuma indemnização compensatória dada hoje aos pescadores salvaguardará o seu futuro e o futuro de tantas famílias.

Estamos perante um risco muito sério de perder, no médio prazo, metade dos empregos gerados pela atividade da pesca, bem sabendo que o concelho não oferece nenhuma alternativa de emprego fixo à sua população, a não ser emprego sazonal em bares da praia e isto não é futuro”

O BE lembra que “esta preocupação que nos infesta a nível local levámo-la até à Assembleia da República e trouxemos até Vila Praia de Âncora, no passado dia 3 de agosto, a Deputada na Assembleia da República eleita pelo Bloco de Esquerda, Isabel Pires, que, juntamente com outros representantes do Bloco de Esquerda, como um membro da Mesa Nacional, um dirigente distrital e também a representação concelhia, desde logo, através do eleito pelo Bloco de Esquerda à Assembleia Municipal, Abílio Cerqueira, todos reuniram com a Associação de Pescadores Profissionais e Desportivos de Vila Praia de Âncora, representada por Carlos Sampaio.

Foram abordadas as diferentes preocupações dos profissionais da pesca e os vários cenários para o futuro, desde logo sendo pretensão de todos que a inevitabilidade da instalação eólica seja minimizada nos seus impactos sobre a fauna e sobre a pesca.

Nem os munícipes no geral, nem os pescadores em particular, estão contra a instalação dessa fonte de energia, no entanto, existem soluções que permitem reduzir substancialmente os danos da instalação e, por isso, se têm desenvolvido esforços colaborativos junto da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, para o plano de afetação de áreas marítimas para estas eólicas “offshore”. O Plano de Afetação está sujeito a avaliação ambiental e é este o plano que define em concreto os limites das áreas elegíveis para os projetos eólicos no mar. É este o foco atual, entre outros pontos também abordado no documento”.

O BE de Caminha termina subindo que “as associações de pescadores do concelho não estão desatentas e contam com todo o apoio e atenção dos elementos do Bloco de Esquerda, na prossecução de soluções equilibradas e justas que sirvam todos os interesses em jogo, mas não só no presente, porque temos de ter bem presente que há um futuro”, conclui aquela força partidária.

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