O executivo caminhense aprovou na última reunião realizada na passada quarta-feira, um acordo de parceria entre a Câmara e a União de Freguesias de Moledo e Cristelo, para a criação de uma CER – Comunidade de Energia Renovável. Para a bancada da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP), o projeto foi feito “em cima do joelho” e Liliana Silva estranha o porquê da escolha de Moledo para parceiro inicial, excluindo as outras freguesias do concelho de Caminha e outros locais onde fazia mais sentido instalar esta CER. Para a eleita, é incompreensível que a autarquia tenha pago 75 mil euros a uma empresa para fazer a consultoria técnica e não tenha sequer feito o mapeamento do território ou estudos financeiros que suportem esta escolha. Por considerar o documento apresentado “inócuo”, a OCP optou pela abstenção.
Segundo Rui Lages, presidente da Câmara de Caminha, a criação desta CER surge na sequência do Plano Municipal para as Alterações Climáticas, aprovado em abril de 2024, e que abarca diversas iniciativas.
A Câmara escolheu como parceiro inicial a Junta de Freguesia de Moledo mas assim que a comunidade esteja formalmente constituída outras entidades públicas ou privadas poderão aderir à mesma.
Esta comunidade, acrescentou o autarca, tem como principal objetivo produzir energia através de fontes de energia renováveis, nomeadamente solar.
Para a constituição desta CER são necessárias duas entidades, neste caso a Câmara de Caminha e a Junta de Freguesia de Moledo e Cristelo, mas Rui Lages quer que ela cresça e futuramente venha a abarcar novas entidades.
Relativamente à proposta apresentada pela Câmara, a vereadora da oposição, Liliana Silva começou por referir que não se trata de uma iniciativa “inovadora” como refere a Câmara, uma vez que já existem CER noutras localidades, nomeadamente em Amares. A vereadora teceu ainda algumas críticas ao trabalho elaborado pelos consultores técnicos para a criação da CER, um serviço que custou à Câmara 75 mil euros. “Uma mão cheia de nada”, considerou.
Segundo a vereadora da oposição o projeto não está bem elaborado pois nem sequer contém um mapeamento do território sobre os locais com mais potencial para instalar a CER, nem mesmo estudos financeiros.
Para Liliana Silva está tudo a ser feito em cima do joelho e a perdermos candidaturas ano após ano.
Porquê a escolha de Moledo para iniciar esta parceria? Foi outras das questões deixadas por Liliana Silva que lembrou a CER que está a ser criada em Cerveira, perto da zona empresarial.
Apesar de considerar o acordo apresentado pela Câmara “inócuo”, a bancada da OCP absteve-se na votação.
O que é uma CER?
Uma Comunidade de Energia Renovável (CER) reúne cidadãos, empresas e instituições, inclusive Municípios, na realização de projetos de energia renovável com proveito e partilha dessa energia para satisfazer as suas necessidades locais. Baseia-se numa participação aberta e voluntária dos seus membros que estão localizados na proximidade desses projetos. O objetivo principal de uma CER é proporcionar aos seus membros e às localidades onde se encontram benefícios ambientais, económicos e sociais.






