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Sexta-feira, 5 Julho, 2024
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Caminha: “A vida útil do Ferry Boat Sta. Rita de Cássia já foi” – Rui Lages

Questionado sobre o estado em que se encontra a embarcação Ferry Boat Sta. Rita de Cássia, Rui Lages, Presidente da Câmara Municipal de Caminha admite, em Assembleia Municipal, “sem tabus”, que “a vida útil daquele equipamento já foi”.

“Qualquer pessoa que passe na marginal e veja como está o ferry, vê que não tem as condições que um ferry deve ter. É verdade que não pode navegar? É.”

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Abílio Cerqueira (BE)

Na última Assembleia Municipal de Caminha de 29 de Setembro, na apreciação da informação do Presidente, mais concretamente a reunião com Roberto Carrero, atual alcalde de A Guarda, Abílio Cerqueira do Bloco de Esquerda voltou a questionar o executivo acerca deste assunto e do estado do assoreamento do Rio Minho.

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Rui Lages, Presidente da Câmara Municipal de Caminha

Em resposta, Rui Lages diz ter firmado uma carta conjunta com o anterior alcalde Guardês, António Lomba, onde dirigiram uma missiva à Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, em Outubro de 2022, explicando a necessidade de ter a ligação fluvial a funcionar.

“Foi esta a nossa preocupação a 26 de Outubro de 2022. E fizemo-lo sabe porquê? Fizemo-lo porque estava a ocorrer passado poucos dias, ou semanas, em Viana do Castelo uma Cimeira Ibérica entre o governo da República Portuguesa e o Reino de Espanha. Posteriormente fizemos contactos de forma bilateral, no sentido de ver quem é que destas entidades pudesse fazer o desassoreamento do rio. Porque ninguém está em crer que a Câmara Municipal (de Caminha) ou o Ayuntamiento de A Guarda tivesse capacidade financeira para execução da dragagem deste rio.”

Rui Lages referiu ainda que enviou uma outra missiva à DGRM, em 28 de Abril deste ano, para apurar quantos metros cúbicos de areia é preciso remover para que o ferry pudesse navegar. “Até ao momento ainda não obtivemos resposta”, concluiu.

Abílio Cerqueira (BE) colocou ainda uma outra questão na sua intervenção.

“Gostaríamos que esclarecesse os caminhenses, e em especial aqueles que votaram nos candidatos do Partido Socialista, que diligências foram desenvolvidas para cumprimento da promessa eleitoral da aquisição do tal célebre ferry elétrico?”

Sobre este assunto, Rui Lages diz estar à procura de soluções.

“Fizemos várias démarches, um dos equipamentos que nós entendemos que poderia ser interessante é o ferry elétrico que foi adquirido pelo município de Aveiro, com menos calado, mais curto, que transporta pessoas mas também um número mais reduzido de viaturas. Foi uma solução de 9 milhões de euros que teve financiamento comunitário.”

Sobre o estudo da AECT Rio Minho, encomendado a uma empresa de Madrid e financiado pela Deputación de Pontevedra e pela Câmara de Caminha, Rui Lages deixou ainda a informação de que já foi apresentado o ante-projeto relativamente às viabilidades de ligação entre Caminha e A Guarda.

“Os hovercrafts ficaram fora da equação por serem muito dispendiosos em termos de combustível e muito ruidosos para a fauna e flora do estuário do rio Minho. Aparentemente a ponte a curto prazo não resolveria nada. Fazer projeto, encontrar financiamentos, concretizar essa operação seria quase impossível a curto/médio prazo – e dizem que a longíssimo prazo também não seria muito exequível – e apontaram as baterias para a questão do ferry boat, que seria a solução mais indicada.”

Sobre a aquisição do ferry elétrico através do PRR, a promessa eleitoral do Partido Socialista nas últimas eleições autárquicas, o Presidente da Câmara elabora:

“Com esta nova possibilidade de injeção de mais dinheiro no PRR nós aproveitamos e fizemos a discussão pública deste documento, porque vimos lá numa das rubricas, aquisição de veículos elétricos para carga oceânica e transporte oceânico. E nós entendemos que estava a ser muito redutor a parte oceânica porque infelizmente nós é fluvial. Se tivesse lá oceânica e fluvial não tinha problema nenhum para mim porque via ali uma linha de financiamento e tinha uma porta aberta. (…) Fizemos a discussão pública, participamos nesse documento a dizer que basicamente, meus senhores, vocês esqueceram-se doutras situações, as situações fluviais, expliquei a especificidade do nosso rio, troço internacional, efetivação de uma ligação transfronteiriça e da necessidade de termos essa ligação regular e permanente, e não a temos.”

Com o canal assoreado e o Ferry sem poder navegar, Caminha continuará a ser, por tempo indeterminado, o único município da ribeira Minho sem ligação direta a Espanha.

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