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Quarta-feira, 23 Abril, 2025
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Brantner no Valadares no próximo dia 17 de Maio

Estivemos à conversa com o vocalista dos BRANTNER, o Marco Brantner, músico Caminhense vai estar no Valadares – Teatro Municipal no próximo dia 17 de Maio a promover o álbum de originais “You can’t be waiting”.

Jornal Caminhense – Quando se deu a ideia de começar a enveredar pelo mundo da música?
Marco Brantner – Curiosamente sempre gostei de cantar mas nunca tinha ponderado fazê-lo em público, até que no verão de 2005 decidi participar no programa Portugal a Cantar que teve lugar em Caminha. A ideia de enveredar pelo mundo da música surgiu nesse ano, quando o meu amigo, Pedro Leal, me propôs começar uma banda de originais após termos ambos participado no programa. A ideia agradou-me imenso, não apenas pelo facto de poder cantar, mas sobretudo pela oportunidade de poder compor e expressar-me através desta incrível arte que é a música. Eu sei que existem muitas pessoas que começam uma banda por brincadeira, ou para desfrutar um pouco com os amigos, no entanto, desde o inicio, sempre levei a ideia muito a sério.

JC – Fazer da música ocupação principal é uma decisão complicada?
MB – Por um lado é uma decisão intuitiva mas por outra é uma decisão complicada, no sentido em que é um grande risco. Eu sou licenciado como Técnico de Neurofisiologia e após ter terminado o meu curso tive a sorte de arranjar trabalho na minha área, embora fosse a tempo parcial. Após três anos de conciliar esse trabalho com a música senti que não estava a entregar-me a 100% a nenhum dos dois e esse sentimento deixava-me frustrado. Nesse momento optei por dedicar-me exclusivamente à música, não por não gostar do meu outro trabalho, mas sim porque sentia um desafio e estímulo maior com a música. No entanto, a música não é como outras profissões, precisamente porque um grande grupo de pessoas não acredita (ou entende) que ser músico é mesmo um trabalho. Enquanto que em outras profissões, uma pessoa estuda e após formar-se, se conseguir um contrato de trabalho, que por vezes é difícil, começa a ganhar um salário, na música não é assim. Na música, muitos factores para além da formação, qualidade, experiência e talento do artista, contribuem para assegurar um sustento económico e, por conseguinte, esse é o grande risco de se dedicar inteiramente à música, pois nunca existe uma garantia de estabilidade económica.

JC – Neste novo projecto vens acompanhado de músicos, deixar de ser um projecto a solo é uma necessidade ou um interesse em fazer um banda?
MB – Quando formei a banda Spleen Poetry em 2005, comecei a crescer como artista e compositor e nunca pensei em vir a ter outro projecto, para mim aquele era o projecto no qual eu queria trabalhar e desenvolver para sempre. Em 2010, por uma série de motivos de ordem pessoal, decidi emigrar para a Escócia e das coisas que me custaram mais, para além do facto de ter de abandonar a minha terra, foi deixar os Spleen Poetry. Nesse período tive que me adaptar a uma nova realidade e acabei por iniciar o meu projecto a solo, no qual descobri outra forma de encarar a música e também de compor. Tocar com banda e a solo são duas formas distintas de se expressar como artista e, embora eu goste e me identifique com as duas, tenho preferência por actuar com banda, pela sua riqueza instrumental, pelo trabalho em grupo e pela soma de energias em palco. Em 2012 regressei a Portugal para gravar o meu primeiro álbum a solo mas também para gravar dois novos temas para os Spleen Poetry e esse facto é o reflexo de que ambas as situações (solo e banda) me alimentam como compositor e performer e me moldam como artista.

JC – Como surgiu este novo projecto e como foi o processo de juntar a banda?
MB – Num dos meus trabalhos como músico no estrangeiro tive a oportunidade de conhecer a cantora Belga, Evita Brantner e quando regressei a Portugal para gravar o meu álbum a solo, coincidiu de ter uma visita dela. Eu, que fiquei fascinado com a sua voz “rockeira”, convidei-a para gravar vozes nas músicas que estava a gravar com os Spleen Poetry e, posteriormente, para além de começarmos uma relação sentimental, também a convidei para formar um duo para promover o meu álbum a solo. O certo é que, não estávamos à espera que fosse resultar tão bem e aquilo que seria suposto ser, uma pequena digressão de Verão em Portugal acabou por se prolongar por oito meses por Espanha, França, Bélgica, Holanda, Grécia e Turquia. Em 2013 quando voltamos a Portugal havia este projecto que estava firme e maduro mas, também, havia a vontade de continuar a compor música nova para ser tocada com banda. Havendo agora duas vozes principais achamos que não fazia muito sentido usar o nome Spleen Poetry e então decidimos fundar o projecto BRANTNER, e gravar o nosso primeiro álbum. Os músicos que integram o projecto são os mesmos dos Spleen Poetry com a excepção do teclista. São eles o João Arieira e Abel Guerreiro de Vilar de Mouros, o Daniel Ramos de Ribeirão e o Filipe Alturas de Chaves.

JC – Como foi o processo de criação deste novo álbum “You can’t be waiting”?
MB – Gravamos quatro temas novos, incluímos também os dois que tinham sido gravados para os Spleen Poetry e regravamos cinco temas do primeiro álbum dos Spleen Poetry, agora com a participação da voz da Evita. Uma das questões que se levanta com esta situação é, o porquê de incluir temas dos Spleen Poetry se este é um novo projecto? A verdade é que essa foi uma escolha minha, visto que sou o compositor principal das músicas dos Spleen Poetry, estas músicas são muito especiais porque fazem parte da minha identidade artística e são músicas que contém mensagens ou expressam sentimentos e ideias, que eu continuo a querer partilhar com o mundo. No fundo, são músicas que eu gosto e quero transportar comigo.

JC – O inicio da tournée está marcada para Caminha, tem sabor especial começar em “casa”?
MB – Iniciar a tournée em Caminha foi uma decisão nossa, porque, apesar de nem todos os membros serem Caminhenses, Caminha acaba por ser o nosso elo de ligação e ponto de encontro. Temos orgulho em representar Caminha e gostávamos que os Caminhenses tivessem orgulho naquilo que fazemos e, por esse motivo, pensamos que é importante apresentar e divulgar, acima de tudo, o nosso trabalho em “Casa”. A ideia de oferecer um CD do álbum com a compra do bilhete surgiu precisamente para colmatar o nosso desejo de informar os Caminhenses acerca daquilo que andámos a fazer. O espectáculo que terá inicio por volta das 22H, no dia 17 de Maio no Teatro Valadares, será um espectáculo intenso e variado em termos de dinâmica e performance, onde tocaremos todas as músicas do álbum, e mais algumas surpresas. Gostava desde já agradecer à Câmara Municipal de Caminha e à Rádio Caminhense pelo apoio ao nosso projecto e a todas aqueles que acompanham e valorizam o nosso trabalho e nos dão força para alimentar este sonho que é a música.

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