O candidato do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara de Viana do Castelo nas autárquicas do dia 12, Carlos da Torre, apontou hoje a construção de mais habitação, para responder à “emergência pública” de cerca de 700 famílias carenciadas. 

Em declarações à agência Lusa, o candidato defendeu que, em relação ao tema habitação, a prioridade passa por “responder a uma emergência pública, que é o facto de haver umas centenas de famílias, pelos números oficiais, próximo das 700” em casas “que põem em causa a sua saúde e que, desde logo, criam uma situação indigna em termos de habitação”.

Para Carlos da Torre, a “câmara vai ter que rapidamente dar uma resposta”, não com bairros sociais, mas com habitação do município.

Segundo o candidato do BE, a resposta “pode ser com habitações reabilitadas, com habitações construídas de raiz, mas que permita pô-las à disposição dessas famílias, com uma renda que possam pagar e passar a viver em condições de saúde e dignidade aceitável”.

Além da habitação pública, “há todas as questões das dinâmicas relacionadas com a habitação, que implicam uma inversão muito grande em alguns aspetos da fiscalidade inclusiva”.

“O município tem estado a apoiar de uma forma indiscriminada, a partir de um conceito que tem a sua razão de ser, que são as áreas de reabilitação urbana. O que está a acontecer é que parte desses incentivos estão a ir para a especulação e para a habitação de luxo. Para nós, é escandaloso que habitações de luxo, como aquelas do Parque da Cidade, tenham feito com que o Estado e o município tenham dispendido, nos impostos que deixaram de cobrar, alguns milhões de euros”, apontou.

Carlos da Torre considerou essa situação “inaceitável, numa altura em que esse dinheiro faz falta para responder às emergências de habitação de famílias mais fragilizadas”.

“Achamos que tem de haver uma redefinição dos critérios para continuar a apostar na reabilitação urbana, mas critérios que tenham em conta também a garantia efetiva de que os imóveis reabilitados vão para o mercado com preços acessíveis para poderem ser comprados ou arrendados e pôr a cidade de Viana do Castelo mais habitada, que é um problema importante para a sua vitalidade”. Sustentou.

Sobre a mobilidade, Carlos da Torre, afirmou que o novo serviço de transportes públicos que a autarquia iniciou no dia 23 de setembro “é positivo”.

“O serviço tem de ser muito mais ampliado para criar uma efetiva coesão, igualdade e equidade entre as freguesias. Tem de ser eficaz e planeada de acordo com as efetivas necessidades das pessoas”, referiu. 

Segundo Carlos da Torre, “a mobilidade dentro da cidade tem de ser feita de forma gratuita, para garantir que as pessoas deixam os carros na periferia”.

“Têm de ser criados na periferia parques suficientemente grandes para não haver hesitações em relação à sua utilização. Depois, a periodicidade e cadência dos transportes e o preço completamente aliciante para que as pessoas usem transportes públicos e haja menos automóveis no interior da cidade”, defendeu.

Atualmente, o executivo de Viana do Castelo é composto por cinco eleitos pelo PS, um eleito pela CDU, um vereador independente (social-democrata que deixou o partido para integrar o Chega) e dois vereadores da coligação PSD/CDS-PP.

Concorrem à Câmara de Viana do Castelo o atual presidente da autarquia, Luís Nobre (PS), Paulo de Morais (coligação PSD/CDS-PP), Duarte de Brito Antunes (IL), José Flores (coligação PCP/PEV), Carlos Torre (BE), Eduardo Teixeira (Chega) e Luís Arezes (ADN).

Foto: Facebook Bloco de Esquerda Viana