Com 21 votos a favor, 13 votos contra e 1 abstenção, foram aprovadas pela Assembleia Municipal de Caminha, as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2023 apresentadas pelo executivo socialista liderado por Rui Lages, no valor de cerca de 23 milhões de euros.

Com pontos de vista bastante distintos em relação à oposição, Paula Aldeia do Partido Socialista (PS) defendeu o documento que considerou sério, responsável e de proximidade.

Já para a oposição a visão é bem diferente. Segundo a Coligação “O Concelho em Primeiro” (OCP), pela voz do deputado Alexandre Fernandes, é “revoltante” que a câmara atribua 270 mil euros ao Festival Vilar de Mouros e apenas 88 mil euros para apoiar as famílias mais carenciadas.

Carlos Castro, presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora, lamentou a falta de estratégia e visão plasmadas no documento.

Jorge Nande da OCP comparou a transparência do documento apresentado em Caminha com a de outros apresentados noutros municípios do Alto Minho. Lembrou os eixos prioritários do orçamento de 2022 e perguntou o que estava previsto para 2023.

Para Abílio Cerqueira do Bloco de Esquerda (BE), as opções são estranhas e lamenta o fraco investimento nas 14 freguesias do concelho.
De seguida, o deputado do BE comparou este valor dado às freguesias com outros atribuídos a eventos culturais promovidos por entidades privadas, nomeadamente o Festival de Vilar de Mouros.

Celestino Ribeiro da CDU, começou por comparar o orçamento de 2023 com os anteriores sublinhando uma quebra de cerca de 2 milhões de euros em relação a 2022.
A CDU mantém uma leitura reservada do documento do ponto de vista geral.

O presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages começou por justificar a quebra de cerca de dois milhões de euros no orçamento.
Para o presidente da Câmara o orçamento para 2023, “é um orçamento que cuida do presente e que constrói o futuro de coesão. O próximo ano será verdadeiramente exigente para as famílias, para as empresas, para as freguesias e também para a Câmara Municipal”. A pandemia e a guerra na Ucrânia também afetam a Câmara de Caminha, sublinhou o autarca referindo que é necessário encontrar soluções para fazer face às situações.
Para Rui Lages a apresentação do orçamento é o momento mais importante de uma Assembleia Municipal, “uma vez que é este documento que vai permitir à Câmara Municipal concretizar as suas competências. Sem este documento estaríamos mancos”, sublinhou. Quanto à falta de estratégia o chefe do executivo caminhense lembrou que a grande aposta do município sempre foi a indústria do turismo.
Segundo Rui Lages a câmara pretende dinamizar outros setores mas refuta que o documento para 2023 não reflita uma estratégia. Relativamente às transferências para as freguesias, alvo de críticas da oposição, Rui Lages sublinha um aumento de 20% em relação a 2022.

Referindo-se à transparência do documento defendida pelo presidente da câmara, o deputado Jorge Nande perguntou a que se referiam os 2 milhões de euros incluídos na rubrica outros. Aquele deputado questionou ainda o presidente da câmara a propósito de fundos comunitários a que no seu entender a câmara poderia ter recorrido e não o fez.
O deputado quis ainda saber quais as prioridades da Câmara de Caminha para diversos setores.

Sem responder às questões relacionadas com as prioridades da câmara em alguns setores, Rui Lages explicou por que não se candidatou aos restos do quadro comunitário sublinhando que Caminha é dos concelhos com maior taxa de execução de fundos.
Excertos da última Assembleia Municipal de Caminha realizada a 16 de Dezembro no Teatro Valadares em Caminha.