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Terça-feira, 13 Maio, 2025
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Assembleia Municipal: Oposição defende o regresso da gestão da água à Câmara, mas PS diz que é

O mau funcionamento da empresa Águas do Alto Minho (AdAM), em funcionamento há cerca de um ano e que nas últimas semanas tem andado na boca do povo e nas agendas políticas pelo seu péssimo desempenho, foi o tema dominante da Assembleia Municipal (AM) de Caminha que reuniu ontem ao final da tarde em sessão ordinária no Cineteatro dos Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora.

Uma moção (PS) e 2 recomendações (CDU e PSD) relacionadas com o tema foram apresentadas logo no início da reunião.

Nos 3 documentos apresentados pelos 3 partidos com assento naquele órgão,  ficou bem patente o mau serviço que a empresa prestou ao longo do primeiro ano de atividade no que toca à faturação, “com erros grosseiros, documentação incompreensível, desvalorização da leitura efetuada pelos consumidores, deficiente atendimento e falta de recursos humanos”.

A moção do Partido Socialista foi a primeira a ser discutida e aprovada por maioria. Apesar de reconhecerem os muitos erros cometidos pela AdAM, os socialistas assumiram que continuam a acreditar no modelo da empresa que agrega 7 dos 10 municípios do Alto Minho e acreditam que se esses mesmos erros de faturação forem corrigidos existem condições para a empresa continuar.

Esta posição foi reforçada pelo presidente da Junta de Freguesia de Caminha e Vilarelho, Miguel Gonçalves.

Opinião diferente expressaram o PSD e a CDU que defendem a resolução do contrato com a AdAM e o regresso do serviço à esfera da Câmara Municipal.

Ao contrário dos socialistas, os sociais democratas e os comunistas, pela voz de Carlos Videira e Celestino Ribeiro, respetivamente, não acreditam no modelo e dizem mesmo que a credibilidade da empresa “está ferida de morte”.

A CDU foi mais longe e recomendou mesmo que a Câmara tome medidas no sentido de exigir à empresa o retorno de todos os montantes cobrados indevidamente e em excesso a todos os consumidores num prazo máximo de 2 meses.

O deputado comunista dirigiu duras críticas ao PS e em particular ao presidente da Câmara, considerando que “com esta moção o que os socialistas pretendem é lavar a cara de um problema” que ele, deputado da CDU, há muito antevia.

Mas na opinião do PS, que é também a do o executivo liderado por Miguel Alves, a reversão da gestão da AdAM e o regresso do serviço à Câmara é um cenário que neste momento não está em discussão. Os socialistas dizem mesmo que isso é “impossível” e que a acontecer iria obrigar a Câmara de Caminha ao pagamento de uma indemnização que iria custar milhões de euros aos contribuintes.

Miguel Alves, que também se referiu a este assunto no período antes da ordem do dia, reiterou a sua confiança no modelo que representa a AdAM, assumiu os inúmeros erros de faturação que terão que ser rapidamente corrigidos e lembrou que nem tudo o que a AdAM representa é mau. O autarca sublinhou o ótimo trabalho que está a ser feito no que toca à expansão da rede de água e saneamento, na reparação de ramais e na prontidão no que toca a avarias. Uma opinião que foi corroborada pelo presidente da Junta de Freguesia de Riba de Âncora, Paulo Alvarenga, que lembrou alguns problemas que viveu no passado na sua freguesia, principalmente aos fins de semana, quando era muito complicado arranjar pessoas para solucionar problemas de falta de água ou avarias.

Relativamente ao regresso do serviço à Câmara o autarca lembrou que mesmo que isso viesse a acontecer nunca seria com base no modelo anterior porque isso era insustentável para a Câmara e prova disso são os milhares de euros da dívida que a Câmara tem com as águas.

No final apenas a moção do PS foi aprovada por maioria. As duas recomendações apresentadas pela CDU e pelo PSD acabariam por ser chumbadas pelo PS.

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