
Reúne hoje no Teatro Valadares, a nova Assembleia Municipal de Caminha, resultante da vontade popular expressa nas urnas, pelos Caminhenses, já lá vai quase um mês.
Na senda do que foram estes 4 anos, o Presidente cessante MLM, esgota todos os prazos, mas, para parecer que assim não é, marca para o penúltimo dia do mesmo e dirá até, que é para que a nova Câmara possa já reunir na primeira quarta-feira do mês.
Neste período desde a publicação oficial dos resultados pela CNE, há mais de 15 dias, que o novo executivo camarário já podia estar a trabalhar com os serviços na análise do fecho provisório das contas a 30 de Setembro, no Orçamento para 2026 e acima de tudo; já podia estar a decorrer uma Auditoria Forense às contas, contratos, decisões e pagamentos, dos últimos 12 anos.
Percebe-se que os autarcas cessantes tenham preferido usar este tempo para limpar as gavetas, apagar registos informáticos, fazer contas aos subsídios de reintegração e irem tomando mais umas decisões “de gestão”, cujo teor e consequências mais à frente serão conhecidas.
Todavia, o presidente cessante da Assembleia Municipal, tinha ainda que deixar a sua marca de arbitrariedade, do pequeno ditador.
A última decisão de MLM é, contra o regimento que ele próprio defendeu, não transmitir a Tomada de Posse da nova Presidente de Câmara e Vereadores bem como a eleição do novo Presidente da Assembleia que o substituirá.
Invocará, como sempre faz, quando não tem outra explicação razoável, a poupança e a preocupação com os custos.
Não espanta porém, conhecendo o histórico dos últimos 4 anos e a forma como este presidente cessante, marcou as agendas, geriu os debates e geriu a relação da Assembleia com a Câmara, não sendo mais do que um pau mandado de Miguel Alves e depois, de Rui Lages.
MLM fez da comissão permanente uma inexistência, sem convocatórias formais e sem agenda, transformando-a numa tertúlia de conversas informais e decisões arbitrárias.
Manuel Luís Martins foi o exemplo acabado de como não deve ser dirigida a Casa da Democracia Autárquica e de como impedir a própria Assembleia à qual presidiu de ser plural e dar voz a todos, fiscalizar, deliberar e fazer a Câmara Municipal respeitar a Assembleia, e cumprir as suas deliberações.
Hoje, será eleito por voto secreto um novo Presidente da Assembleia Municipal, bem como a restante mesa. Será escolhido pelos Presidentes de Junta o seu representante na comissão permanente. Será dada posse à nova Presidente de Câmara e aos 6 vereadores que a acompanham.
O presidente cessante da AM não quer milhares a fazer comparações, tão notória será a diferença no ambiente, logo nos primeiros minutos depois que MLM desça do pedestal e se torne em apenas mais um do simples “público”, a forma sempre displicente como tratou os cidadãos de Caminha.
Decidiu por isso MLM que, esta sessão seja limitada pelo próprio espaço do teatro Valadares, impedindo milhares de Caminhenses de verem a coreografia dos diálogos, as caras e a linguagem corporal dos vencidos e de ouvirem as palavras e registarem os compromissos, daqueles que regerão os destinos dos impostos dos Caminhenses nos próximos 4 anos e, tomarão decisões com consequências a médio e longo prazo.
MLM sai e não deixa saudades, nem àqueles que humilhou entre o pseudo-paternalismo e a sobranceria, nem àqueles com os quais berrou, por não ter outra forma de os calar.
Carlos Novais de Araújo
4 de Novembro de 2025



