A 11ª edição do MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço regressa com uma programação que reafirma a sua identidade singular: um festival que cruza olhares de autor; promove reflexões críticas sobre o mundo contemporâneo; e contribui para a memória coletiva do território. Este ano volta a integrar uma secção competitiva e a apostar nas residências artísticas. Haverá ainda espaço para a oficina de cinema com Margarida Cardoso; uma masterclass com Sandra Ruesga; o X-RAY DOC com Jorge Campos sobre duas obras incontornáveis de Chris Marker e Joris Ivens, entre outras atividades.
Durante uma semana, entre 28 de julho e 3 de agosto, o MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço irá agregar uma vasta programação com mais de trinta filmes em competição (a revelar brevemente) e irá propor ainda novos olhares e reflexões sobre o território convocando cineastas, investigadores, estudantes e público para uma experiência singular pela memória e identidade em pleno no coração do Alto Minho.
Há muito para ver e também várias secções que convocam à criação como é o caso do FORA DE CAMPO / Curso de Verão, espaço de participação e ‘interferência’ que envolve agentes culturais, investigadores, artistas e realizadores. O tema central é “Cinema e Território”, com abordagens diferenciadas sobre o mundo em constante transformação. Conta este ano com a colaboração da DOCMA, Associación Española de Cine Documental, representada por realizadores como Sandra Ruesga, Raúl Alaejos e Alfonso Palazón. Do programa constam abordagens sobre cinema indígena / cinema local; Caravanas Farkas – identidade coletiva do nordeste no centenário de Thomaz Farkas (referenciado fotógrafo e cineasta brasileiro); Pirenópolis, a guardiã das águas, entre outros temáticas. A coordenação geral é de José da Silva Ribeiro (Universidade Federal de Pernambuco / AO NORTE) e de Alfonso Palazón Meseguer (Universidad Rey Juan Carlos – URJC). As inscrições estão abertas até 11 de julho e podem ser feitas neste LINK.
Uma das secções mais relevantes do MDOC são as Residências do PLANO FRONTAL, orientadas por Pedro Sena Nunes. A nova Residência Cinematográfica para jovens realizadores, finalistas e recém-licenciados do Ensino Superior nas áreas de Cinema, Audiovisuais e Comunicação decorre entre 25 de julho e 3 de agosto. Esta residência representa uma oportunidade única para jovens cineastas desenvolverem um projeto documental em contexto real. Quatro equipas, compostas por três elementos cada, serão desafiadas a realizar documentários sobre temas locais, contribuindo para o arquivo audiovisual de Melgaço e para a valorização do património imaterial da região. As candidaturas estão abertas a equipas de três elementos até ao preenchimento das vagas.
A Residência Fotográfica propõe a três jovens o desenvolvimento de um projeto fotográfico durante dez dias num contexto imersivo, com o apoio de uma equipa dedicada e envolvimento direto no território. Cada fotógrafo selecionado beneficiará de uma bolsa individual de 2.000€. As inscrições até 30 de junho online neste LINK.
A 11ª edição do MDOC volta a ter a Oficina de Cinema, entre 28 a 31 de julho. A realizadora convidada será Margarida Cardoso que irá partilhar métodos e experiências entre documentário e ficção. Este é um espaço de aprendizagem, escuta e experimentação prática, onde os participantes serão convidados a desenvolver ideias de filmes a partir de exercícios criativos e referências visuais e literárias. As inscrições estão abertas até ao dia 15 de julho e podem ser feitas neste LINK
A 1 de agosto, a Casa da Cultura de Melgaço recebe Sandra Ruesga para uma Masterclass, “Explorar o Eu: Cinema Auto-referencial e Identidade na Obra de Sandra Ruesga”. A cineasta espanhola propõe uma imersão profunda no seu universo criativo, cuja obra se destaca pela fusão entre o pessoal e o político, o íntimo e o coletivo.
No mesmo espaço, a 3 de agosto, acontece mais uma sessão de X-RAYDOC, um espaço de reflexão e análise de filmes essenciais à História do Documentário. Com coordenação de Jorge Campos, esta sessão propõe o visionamento e a discussão de dois clássicos do cinema documental: Lettre de Sibérie (França, 1957, 67’) de Chris Marker; e …À Valparaíso (Chile/França, 1963, 27’) de Joris Ivens.
A entrada é livre sujeita à lotação da sala.
De referir que o MDOC pertence ao coletivo de festivais europeus VIVODOC que promove a circulação e visionamento de documentários europeus. Na edição de 2025, o MDOC acolhe pela primeira vez um encontro com representantes de festivais de documentário, com o intuito de discutir caminhos futuros. Integram esta rede o Majordocs (Maiorca, Espanha), Escales Documentaires (La Rochelle, França), Frontdoc (Aosta, Itália), One World Romania (Bucareste, Roménia) e o MDOC (Melgaço, Portugal).
A Associação AO NORTE, em colaboração com uma equipa multidisciplinar, apresenta em 2025 o projeto “Quem somos os que aqui estamos?”, com foco na freguesia de Alvaredo, concelho de Melgaço. Este projeto convida à escuta e ao olhar atento para as histórias de quem vive, viveu ou sente Alvaredo como parte da sua vida através de registo audiovisual; recolha e digitalização de fotografias de álbuns familiares; exposição fotográfica e publicação do trabalho.
Este trabalho é produzido pela Associação AO NORTE, com organização de Álvaro Domingues e Daniel Maciel, orientação científica de Albertino Gonçalves, produção executiva de Rui Ramos e colaboração de João Gigante.