A 4.ª edição da Festa dos Pescadores foi um momento de convívio entre pescadores dos dois lados da fronteira, mas, também uma homenagem às mulheres dos pescadores que, geração após geração, sustentaram, de forma invisível, mas essencial, esta arte ancestral.
Após uma visita às pesqueiras do Rio Minho, pelo trilho dos pescadores, onde foi possível conhecer o método de pesca ancestral ali praticado, decorreu um almoço, onde se destacou o cozido com lampreia seca e a bica, um prato gastronómico desconhecido do público em geral, mas muito consumido na casa dos pescadores.
Recorde-se que as pesqueiras do Rio Minho integram, desde novembro de 2022, o Inventário Nacional do Património Imaterial. Testemunham saberes ancestrais na escolha dos melhores sítios para a sua implementação, na sua orientação em relação às correntes do rio, no processo de trabalhar a pedra e erguer os muros, na escolha das redes mais adequadas e, ainda, no sistema de partilha comunitária do seu uso. As primeiras referências documentadas são do séc. XI.
O rio internacional concentra, nas duas margens e apenas no troço de 37 quilómetros, entre Monção e Melgaço, cerca de 900 pesqueiras (das quais cerca de 350 estão ativas), “engenhosas armadilhas” da lampreia, do sável, da truta, do salmão ou da savelha.