A chuva ameaça marcar presença na Queima de Judas, o tradicional espetáculo de teatro de rua com forte envolvimento comunitário, e por isso o Município de Vila Nova de Cerveira e as Comédias do Minho, decidiram transferir toda a produção para o Quartel dos Bombeiros Voluntários.
Na noite de sábado de Aleluia, pelas 23h30, é tradição assinalar a morte do ano velho e a chegada da Primavera, com este momento teatral muito aplaudido. Na edição de 2025, partindo do beijo da traição de Judas a Cristo, elemento-chave da sua Paixão, propomo-nos a reinventá-lo numa ideia de redenção e esperança.
Esta Queima de Judas, mais do que celebrar o fim ou alguma espécie de moral que nos condena e ao mesmo tempo nos iliba da responsabilidade do nosso próprio crime, pretende invocar um momento de comunhão entre iguais com os seus sofrimentos e alegrias. Esta será uma festa que nos celebra como seres imperfeitos, mas conscientes, onde o amor ao próximo não nos é imposto por nenhum tipo de escritura, mas uma forma natural de vida.
O pulsar que se vai adensando ao longo da noite culminará na Queima do Judas, momento apoteótico, que contaminará e convidará todo o público para um momento de celebração através do ritmo e da música.
Com direção e encenação de Diana Sá e Gonçalo Fonseca, a Queima de Judas’25 conta com interpretação de Cheila Pereira, Luís Filipe Silva, Sara Costa, Grupo de Teatro de Amadores – Outra Cena, Associações e Elementos da Comunidade de Vila Nova de Cerveira Vila Nova de Cerveira.
Desde 2006, as Comédias do Minho realizam a reinvenção da “Queima de Judas”. Numa representação de pendor judaico-cristão, no sábado que antecede a Páscoa, condena-se Judas – o traidor – e festeja-se a ressurreição de Jesus Cristo. É uma tradição que se inclui nas diversas festividades primaveris de renovação de ciclo, de transição do velho para o novo, da morte para o renascimento. Expurgam-se os males do passado e procura-se a purificação pelo fogo.
Espetáculo Queima de Judas, 19 de abril, 23h30, Quartel dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Cerveira.
