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Quinta-feira, 17 Abril, 2025
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Um Caminho para Caminha: Infraestruturas – Priorizar, Recuperar, Organizar – Industriais e Tecnológicas

“…Al andar se hace camino
Y al volver la vista atrás
Se ve la senda que nunca
Se ha de volver a pisar
Caminante no hay camino,
sino estelas en la mar…”

António Machado Ruiz, Cantares

Um Caminho para Caminha
6. Infraestruturas – Priorizar, Recuperar, Organizar
b. Industriais e Tecnológicas

Se há área na qual a gestão autárquica em Caminha foi um desastre nos últimos 40 anos, é a área Industrial e tecnológica.

Enquanto todos os concelhos vizinhos entenderam a importância de criar infraestruturas para atrair empresas, criar empregos e aumentar as receitas fiscais do município, o concelho de Caminha ficou-se por um embrião de área industrial em âncora e nada mais.

Chorar no leite derramado não adianta porque a economia e o mundo estão em mudança acelerada, mas, adianta isso sim, ter claro o que fazer no futuro.

E o nada que existe tem só uma vantagem: não há constrangimentos ou compromissos já assumidos, pelo que o pensamento estratégico pode ser aberto tendo como pressuposto apenas a análise do contexto imutável que é definido pela localização, geografia e orografia, temperado depois pelo contexto especifico económico, legal, politico e social.

Caminha é um dos 2 únicos concelhos de Portugal que partilha um estuário com Espanha, a par de Vila Real de Santo António. É nesses termos, o único concelho do Alto Minho tendo o estuário de 2 rios partilhado e cerca de 10 km de costa atlântica.

Tem por isso uma geografia, orografia e hidrografia únicas, com uma altitude máxima de 825 m na Serra D’arga para chegar ao nível do mar em menos de 10 km em linha reta. Essas serras alimentam os rios Coura (apesar deste nascer em Paredes do Coura) e Âncora, e tornam ricamente férteis alguns dos seus planaltos, os seus vales e o potencial dos seus estuários.

Poderíamos continuar nesta senda analítica, até uma tese de mestrado ou doutoramento mas o que é claro é que Caminha, no contexto do Alto Minho e de Portugal já só tem um diferenciador: as suas águas.

Nesse sentido, só tem uma opção estratégica de investimento em infraestruturas industrias e tecnológicas, e é muito clara, quase óbvia: Economia Azul.

Agora, não nos enganemos com o slogan. Economia Azul não é mais turismo, não é urbanizar a costa entre Vila Praia de Âncora e Moledo, ou ir esventrando o Camarido aos poucos. Não é uma incubadora pintada de verde às moscas, ou junqueiras assoreadas.

Sim, porque se no assoreamento do Minho a desculpa é que o problema é Ibérico, e o assoreamento do estuário do Coura ou do Âncora?

-Já sabemos, o Coura é partilhado com Cerveira e Paredes do Coura e o Âncora até nasce em Viana!

Economia Azul é ser capaz de criar uma cadeia de valor centrada na Água e no que ela aporta, nos rios, nos estuários e no mar.

As infraestruturas que o Município deve criar para promover o investimento nestas áreas e atrair empresas e criar empregos, passam pela logística, fluvial e marítima, passam pela definição de áreas e condições de exploração dos recursos dentro das reservas naturais, pela criação de estações de tratamento de efluentes e purificação de águas, por infraestruturas tecnológicas.

Para desenvolver Caminha como um Farol na Economia Azul e porque o estuário do Coura/Minho é partilhado com A Guarda tem – as irmãs que nos últimos 12 anos só se juntam nas festas – de voltar a estar ligadas e trabalhar em conjunto nesse projeto.

Para quem quiser começar a estudar mais em profundidade as possibilidades que a economia Azul abre a Caminha, se esta não ficar a dormir mais uma década, consulte por exemplo:

https://www.compete2030.gov.pt/comunicacao/noticias-pt-informacao/economia-azul-em-portugal-um-mar-de-oportunidades/

https://www.cesam-la.pt/helena-vieira-cesam-dao-colabora-na-producao-de-recomendacoes-para-politicas-publicas-na-economia-azul/

Caminha não se pode dar ao luxo de continuar a deixar passar ao lado tudo o que pode acrescentar valor ao Concelho e a ignorância sobre a Economia Azul é o exemplo mais gritante da falta de Visão, e da Incompetência, daqueles que governam o Município há 12 anos.

Carlos Novais de Araújo
7 de Abril de 2025

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