O maior inimigo da verdade é frequentemente, não a mentira – deliberada, planeada, desonesta – mas sim o mito – persistente, entranhado e irreal.
John F. Kennedy
Quando as câmaras municipais do Alto Minho, depois de anos a deixarem degradar os serviços de abastecimento de água, se deixaram seduzir para uma parceria minoritária com as Águas de Portugal, fizeram-no por opção própria e por motivos que cada Presidente de Câmara considerou relevantes.
Perante duas decisões, Aderir ou Não aderir, Aceitar ser minoritários ou Não Aceitar, 7 das 10 câmaras municipais Aderiram e são Minoritários. Tiveram opção e optaram.
Melgaço, Monção e Ponte da Barca Optaram por não aderir. As outras 7 câmaras, aderiram e 2 dos 7 presidentes que o fizeram, já pagaram nas urnas.
Municípios e Presidentes de Câmara que, em campanha eleitoral, tanto pugnam pela descentralização e pela regionalização, na primeira oportunidade entregam o mais importante recurso e bem público local nas mãos e à decisão de uma empresa pública sedeada em Lisboa, sim, porque na ADAM, a Águas de Portugal tem 51%.
Em trabalho jornalístico com a profundidade e independência que lhe é reconhecida, o Jornal de Notícias na sua edição de 7 de Maio, faz um retrato da situação das águas no país e destaca na primeira página: “Caminha agrava fatura em 40%”.
Vem isto a propósito do Direito de Resposta do Sr. Dr. Miguel Alves, a uma notícia publicada no Jornal C e que reproduziu a publicação do JN, bem como declarações que o Sr. Presidente da Câmara prestou àquele Jornal.
Fico curioso em saber se também ao JN o Sr. Dr. Miguel Alves exigiu a publicação de um direito de resposta. Espero que, se o tiver feito, a linguagem e os termos não tenham sido os mesmos, a bem da urbanidade pela qual Caminha ainda é reconhecida no país.
À parte os termos soezes e a tentativa de justificação da “…opção, sem alternativa…”, deixa-nos a pensar o ponto 4 do direito de resposta: “É falso que esteja em causa, no presente ou no futuro, qualquer aumento desta grandeza;”.
Não será falso portanto que, outros aumentos de outras grandezas possam ser esperados e, isto não são boas notícias, quando apresentar resultados financeiros positivos substitui prestar serviços adequados, como mantra que tudo justifica.
Em contraste, por exemplo, com a decisão da Assembleia Municipal de Valença (cujo Presidente também é socialista) de levar a Referêndum a saída da ADAM, dando voz aos únicos donos legítimos do bem público que é a água: os cidadãos.