O povoado fortificado de Cossourado, foi classificado como sítio de Interesse Nacional, de acordo com um decreto publicado esta segunda-feira em Diário da República (DR).
Segundo o decreto-lei, é atribuído àquele conjunto situado no distrito de Viana do Castelo a designação de monumento nacional.
“Implantado numa área elevada e em posição estratégica de domínio sobre a paisagem circundante, o povoado desenvolve-se por uma área de cerca de 10 hectares, sendo constituído pela habitual zona habitacional, que integra construções de planta circular e alongada com distintas funcionalidades, onde se destaca um torreão de pedra e terra, e um forte sistema de defesa, formado por três linhas de muralhas adaptadas ao relevo do terreno”.
O “espólio recolhido no local é bastante específico desta cronologia, e igualmente denunciador das atividades económicas de base agropastoril que dominariam o quotidiano da comunidade, permitindo, em conjugação com os vestígios arquitetónicos das estruturas defensivas e domésticas, de uso residencial, económico e comunitário, compreender melhor a cultura castreja”.
“Dotado de estruturas com algumas características e dimensões invulgares, e situado numa área de sensibilidade arqueológica de altíssimo valor cultural, o Povoado Fortificado de Cossourado constitui, assim, um sítio excecional no panorama nacional e internacional”, destaca o decreto-lei.
Entre o material recolhido no local encontram-se “fragmentos de cerâmica da Idade do Ferro, mós manuais, artefactos de bronze e pesos de rede, num testemunho claro das atividades económicas que dominariam o quotidiano da sua população”.
O processo de classificação foi iniciado pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), em 2013.
A distinção agora atribuída “reflete os critérios constantes do artigo 17.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, relativos ao caráter matricial do bem, ao seu interesse como testemunho notável de vivências ou factos históricos, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco, à sua conceção arquitetónica e paisagística, à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva, à sua importância do ponto de vista da investigação histórica ou científica, e às circunstâncias suscetíveis de acarretarem diminuição ou perda da sua perenidade ou integridade”.